Abstract

Este texto examina as principais diferenças de enfoque relacionadas ao papel dos intérpretes na realização de duas diferentes propostas de jogo. Para tanto, são comparadas algumas obras de John Cage e as práticas de grupos que se dedicam à livre improvisação musical, principalmente do grupo Akronon. Procura-se demonstrar que as propostas de Cage, que estão situadas num plano conceitual, e as propostas da livre improvisação, que partem de uma prática experimental interativa baseada numa manipulação empírica dos sons, resultam em concepções bastante distintas a respeito do papel do intérprete. A partir desta perspectiva, afirma-se o caráter potente da livre improvisação que pode ser pensada enquanto prática de um jogo ideal conforme conceituação proposta pelo filósofo francês Gilles Deleuze.

Highlights

  • Ao examinarmos os textos e as obras de John Cage compostas principalmente a partir de 1950, percebemos a importância que o músico passou a atribuir aos processos de indeterminação e acaso na constituição de seu projeto composicional e estético.

  • Podemos abordar esta idéia por um ponto de vista complementar afirmando que o jogo da improvisação livre põe em ação a vontade criativa dos músicos,[15] o desejo de atuar num ambiente pleno de virtualidades onde as matérias ainda não estão formadas.

  • Para iluminar o nosso entendimento sobre estas idéias de virtualidade e de intensividade que constituem o ambiente da improvisação podemos citar o trabalho de Rodrigo Rodrigues a respeito da escuta: Os ritmos intensivos nos “trabalham, muito antes de nos darmos conta deles/.../quando escutamos (ou no nosso caso, improvisamos), somos afetados por um mundo de virtualidades insensíveis silenciosas, por uma realidade que é primordialmente vibratória, por fluxos heterogêneos compostos tanto de ritmos intensivos e não mensuráveis, quanto de ritmos extensos, quer dizer, percebidos e qualificados como matérias formadas no espaço-tempo.

Read more

Summary

Introduction

Ao examinarmos os textos e as obras de John Cage compostas principalmente a partir de 1950, percebemos a importância que o músico passou a atribuir aos processos de indeterminação e acaso na constituição de seu projeto composicional e estético.

Results
Conclusion
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.