Abstract

As metodologias tradicionais do ensino de harmonia no jazz e outras músicas populares geralmente visam fornecer recursos para uma prática de improvisação, cuja abordagem é apenas homofônica. Propomos uma revisão e adaptação da teoria de harmonia tonal de SCHOENBERG (1999, 2004) como ferramenta de análise, realização e composição, a partir da lead sheet. Neste artigo de amplo escopo, (1) Conceitos Tonais (Monotonalidade, Movimento das Fundamentais, Notas Substitutas/Substituição, Transformação dos Acordes, Regiões e suas relações), (2) Funções Tonais (Geral, Específica e de Acordes Vagantes¹/de Função Múltipla) e (3) Contextos Tonais (Permutabilidade Maior-Menor, Enriquecimento da Cadência, Tonalidade Expandida, Tonalidade Flutuante, Tonalidade Suspensa) da análise harmônica tonal schoenberguiana são adaptados e explorados utilizando simbologias, teorias e práticas da música popular, e ilustrados com exemplos de duas canções instrumentais do Calendário do Som de Hermeto Pascoal: 9 de agosto de 1996 (PASCOAL, 2000a) e 14 de novembro de 1996 (PASCOAL, 2000b).

Highlights

  • Em todo o mundo, boa parte da teoria harmônica da música popular está calcada principalmente na sistematização das relações entre escalas e acordes, largamente difundida nos Estados Unidos na literatura voltada para o jazz, que tem em George RUSSEL (2001/ [1953]), John MEHEGAN (1978/[1959]) e David BAKER (1969) importantes precursores, seguidos por expoentes como DOBBINS (1984), LEVINE (1995) e MILLER (1996, 1997), entre outros

  • Essa perspectiva permite um dos pressupostos da análise harmônica de modo a perceber os movimentos harmônicos em um nível mais local – condução de vozes cromática e quase-diatônica – e em nível mais geral, de progressões ou sucessões de Regiões

  • Observamos que esse caso de prolongamento da fundamental contou com a utilização de: (1) cromatismos no nível da substituição; (2) consideração das fundamentais omitidas e; (3) consideração de cromatismo no nível das fundamentais com acordes emprestados por Permutabilidade Maior/ Menor, como o acorde de Sexta Napolitana

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Summary

Introduction

Boa parte da teoria harmônica da música popular está calcada principalmente na sistematização das relações entre escalas e acordes, largamente difundida nos Estados Unidos na literatura voltada para o jazz, que tem em George RUSSEL (2001/ [1953]), John MEHEGAN (1978/[1959]) e David BAKER (1969) importantes precursores, seguidos por expoentes como DOBBINS (1984), LEVINE (1995) e MILLER (1996, 1997), entre outros. Ainda com este seminal músico brasileiro em vista, buscamos adaptar e aplicar à musica popular os Conceitos Tonais (Monotonalidade, Movimento das Fundamentais, Notas Substitutas/Substituição, Transformação dos Acordes, Regiões e suas relações), as Funções Tonais (Geral, Específica e Acordes Vagantes/de Função Múltipla) e os Contextos Tonais (Permutabilidade Maior-Menor, Enriquecimento da Cadência, Tonalidade Expandida, Tonalidade Flutuante, Tonalidade Suspensa) do pensamento tonal de Schoenberg (esses termos aparecem em maiúsculas esporadicamente para facilitar a leitura do artigo).

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