Abstract

Em suas célebres teses “Sobre o conceito da História”, Walter Benjamin afirma que a história é objeto de uma construção cujo lugar não é o tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de “agoras” que fazem explodir o “continuum da história”. Assim, podemos dizer que as histórias dos excluídos fazem ecoar na história do Brasil, em explosões sucessivas, gritos marcados pelos mesmos elementos de violência, bravura, desespero, traição e infâmia. Da Balaiada a Canudos, do Cangaço ao Contestado, a história revela as dobras em que esses “agoras” se pregam uns aos outros em um misterioso enredamento. Este artigo se propõe a discutir, ainda que suscintamente, como o romance, enquanto gênero, especialmente o gênero chamado metaficção historiográfica, enfrenta os desafios da narração da memória, individual e coletiva. Para tanto, será analisado, particularmente no plano de sua narração, o romance O bruxo do Contestado, do escritor catarinense Godofredo de Oliveira Neto.

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