Abstract

O presente trabalho tem por escopo investigar a problematização da guerra civil como paradigma político no pensamento de Giorgio Agamben, desde o lançamento de Homo sacer (1995) até uma de suas mais recentes obras, Stasis (2015), procurando, num primeiro momento, abordar a posição paradoxal do homo sacer enquanto figura arcaica por meio da qual a matabilidade da vida se dá através da decisão soberana, expondo a proximidade entre o poder soberano e o biopoder desde tempos remotos, através da relação de exceção. Em seguida, avançaremos na problematização do estado de exceção, tendo por base duas categorias interpostas por Agamben: por um lado, o paradigma do campo de concentração, ou campo, que, para além de determinar a estrutura de exceção de um período histórico, ou de um contexto específico, designa os recortes de exceção que emergem do horizonte global contemporâneo, imerso em fluxos de refugiados e apátridas, em ameaças de terrorismo e crises econômicas, em guerras civis intermináveis – seja nos territórios palestinos colonizados pelas forças israelenses, seja nas periferias brasileiras –, um contexto, enfim, mergulhado num enredo bélico permanente. Por outro lado, recorreremos ao conceito de stasis para analisar a guerra civil na grécia antiga como paradigma político que, dissolvendo os limites entre a oikos e a polis, ou, melhor dizendo, “politicizando” a oikos e “economicizando” a polis, torna indiscerníveis público e privado, interno e externo, e encontra na conjuntura da guerra contra o terror e na indiscernibilidade entre ações policiais e intervenções militares o seu correlato contemporâneo.
 Palavras-chave: Giorgio Agamben. Guerra. Estado de exceção. Biopoder. Stasis.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.