Abstract
Este ensaio busca contextualizar a obra literária e artística de Claude Cahun que, assim como no início do século XX, ainda hoje continua inclassificável. Seu trabalho situa-se, aparentemente, em algum lugar entre lugares: denominações, linguagens, gêneros, realidade e autoficção, entre o inédito e o mítico. Suas experiências radicais na arte, literatura e na política fizeram-na, simultaneamente, tanto vanguardista quanto outsider. Propôs a fluidez entre os papéis identitários pois não lhe interessava repetir-se para os outros, muito menos para si propria. Rompeu com as categorias binárias e dualismos impostos pela normativa social e em concordância com a efervescência instituída ao pensamento moderno, do marxismo à psicanálise, da interpretação da subjetividade e as inúmeras indagações filosóficas sobre a presença do sujeito no mundo, obviamente abordadas na arte, Claude colocou a busca pela ‘Verdade' sob suspeita.
Highlights
This essay aims to contextualize Claude Cahun's literary and artistic works which remain to this day, as well as in the early 20th century, unclassifiable
Embora por tanto tempo esquecida, foi uma figura chave no movimento surrealista e, quando redescoberta no final dos anos 1970, tornou-se referência à artistas contemporâneas como, por exemplo, a norte-americana Cindy Sherman e a inglesa Gillian Wearing, ambas com temáticas que problematizam questões de identidade e corpo; além de historiadores e críticos de arte que investigam a partir de perspectivas teóricas pósmodernas, feministas e queer
Revista Digital do LAV, Santa Maria: UFSM, v. 12, n. 1, p. 55-81, jan./abr. 2019
Summary
Este ensaio busca contextualizar a obra literária e artística de Claude Cahun que, assim como no início do século XX, ainda hoje continua inclassificável. Seu trabalho situa-se, aparentemente, em algum lugar entre lugares: denominações, linguagens, gêneros, realidade e autoficção, entre o inédito e o mítico. Suas experiências radicais na arte, literatura e na política fizeram-na, simultaneamente, tanto vanguardista quanto outsider. Propôs a fluidez entre os papéis identitários pois não lhe interessava repetir-se para os outros, muito menos para si propria. Rompeu com as categorias binárias e dualismos impostos pela normativa social e em concordância com a efervescência instituída ao pensamento moderno, do marxismo à psicanálise, da interpretação da subjetividade e as inúmeras indagações filosóficas sobre a presença do sujeito no mundo, obviamente abordadas na arte, Claude colocou a busca pela ‘Verdade' sob suspeita. Palavras-chave: Claude Cahun, fotografia, identidade, performance, persona
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