Abstract

Na última década do século XX, os principais empreendimentos de integração com que o Brasil se envolveu foram o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e as negociações em torno da formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). A integração regional junto com a liberalização comercial beneficiou profundamente o setor agrícola brasileiro e hoje o país apresenta-se no cenário da ALCA como o segundo maior exportador de produtos agrícolas do bloco. Os efeitos provocados sobre o comércio estão relacionados diretamente às restrições comerciais antes impostas aos parceiros e ao volume de comércio inicialmente verificado entre esses países. Tendo em vista esse aspecto, o objetivo deste estudo é o de conhecer os prováveis efeitos da participação do Brasil na ALCA no que diz respeito às exportações de café, cacau, soja, açúcar, suco de laranja e carnes no período 1999-2002. Essa análise é feita sob a ótica do equilíbrio parcial, desenvolvido por Laird e Yeats (1986) para estimar os efeitos de primeira ordem, ou seja, as reduções das restrições comerciais através da abordagem das elasticidades. A conclusão a que se pode chegar com relação às simulações feitas para o período 1999-2002, com a liberalização total das restrições comerciais impostas pelos países membros da ALCA às exportações brasileiras, é que para o grupo de produtos estudados, o efeito criação de comércio mostra-se superior ao efeito desvio de comércio, tornando evidente a competitividade do agronegócio brasileiro dentro da ALCA.

Highlights

  • In the last decade of the 20th century, the main enterprises of integration in which Brazil was involved were MERCOSUR (Common Market of the South America) and the negotiations about the formation of FTAA (Free Trade Area of the Americas)

  • As simulações realizadas admitem a eliminação de 100% das barreiras comerciais para o fluxo de comércio dos produtos agrícolas brasileiros intrabloco

  • Apresentados na Tabela 4, mostram que um acordo de livre comércio entre o Brasil e os outros países das Américas traria um aumento no volume exportado para todos os produtos agrícolas analisados

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Summary

Introdução

As negociações formais em torno da formação da ALCA tiveram início na década de 90, e até o momento foram realizadas nove reuniões ministeriais para a consecução desse projeto, na qual se eliminarão progressivamente as barreiras ao comércio e ao investimento esperando-se concluir as respectivas negociações até o ano de 2005. 12 A formação da ALCA e os prováveis efeitos sobre as exportações agrícolas brasileiras seus parceiros após a desgravação tarifária implicaria redução dos preços dentro dos mercados compradores, e a substituição por um comprador eficiente evidenciaria criação de comércio para esses produtos. Com base em tal hipótese e ainda, diante da relevância da negociação da Área de Livre Comércio das Américas para a economia brasileira e da relativa escassez de estudos empíricos a respeito dos impactos potenciais do acordo, este trabalho tem como objetivo principal analisar os prováveis efeitos da participação do Brasil na ALCA, no que se refere aos principais produtos agrícolas brasileiros exportáveis de 1999 a 2002 e observar se existirão ganhos de comércio devido à integração. Durante a reunião de Miami, o Brasil priorizou a negociação de um maior acesso aos mercados agrícolas com o objetivo de aumentar as cotas de exportações de açúcar para os EUA e a redução das tarifas que incidem sobre o suco de laranja no mercado norte-americano. 16 A formação da ALCA e os prováveis efeitos sobre as exportações agrícolas brasileiras

Modelo Empírico
Fonte dos dados e descrição do procedimento utilizado
Os resultados das simulações
Conclusão
Findings
Referências bibliográficas
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