Abstract

A imprensa é uma instituição legitimada socialmente pela defesa da pluralidade de visões que marca os ambientes democráticos. É a partir do conhecimento de diferentes aspectos da realidade e de opiniões que o indivíduo constrói a visão de mundo que lhe permitirá exercer seus direitos de cidadão. Numa era em que as informações estão dispersas, o jornalista tem o papel de ordená-las e oferecê-las ao leitor, definindo as agendas locais, nacionais e mundiais. Por conta de sua legitimidade social e capacidade de definir as agendas, a imprensa é alvo prioritário de diversos grupos de interesses, entre eles ONGs, sindicatos, políticos, empresários e banqueiros, que objetivam ver suas ideias espelhadas em uma instituição de alto respeito. O objetivo deste trabalho é discutir a ação de grupos de interesse no noticiário econômico, a partir de um recorte cujo sujeito é o mercado financeiro e sua predominante presença em jornais de conteúdo geral, conforme mostram os resultados de pesquisa realizada com O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo no período 1989-2002

Highlights

  • CONSULTORES AD HOC Virginia Pradelina da Silveira Fonseca | Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Christa Liselote Berger | Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil Márcia Benetti | Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil Tattiana Gonçalves Teixeira | Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Gislene da Silva | Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil José Afonso Junior | Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

  • an institution socially legitimated as a defender of plurality

  • which is proper of democratic environments

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Summary

Introdução

Entre os leitores de jornal, é comum a percepção de que há certa monocordia temática no noticiário econômico. Com uma amostra ampliada para 2.340 itens de todo o noticiário econômico e não apenas os abres-de-página, verificou-se quais são as categorias de fontes que prevaleceram nas páginas de economia dos jornais. A partir daquele ano, os profissionais do mercado financeiro deixaram de aparecer exclusivamente em matérias sobre investimentos e passaram a repercutir ações do governo, sobretudo as ligadas às reformas recomendadas pelo “Consenso de Washington” (receituário econômico neoliberal para países em desenvolvimento, que previa reformas, privatizações e rigidez fiscal). Os resultados mostram que foram perdendo espaço no noticiário questões que tinham um pouco mais a ver com o dia a dia dos leitores não-especializados, como relações trabalhistas, mercado de trabalho, atividade agropecuária e produção industrial – dois setores altamente empregadores no estado de São Paulo – além, e principalmente, de matérias sobre direito do consumidor. De pagamentos, títulos do Tesouro, ações, câmbio, swaps, mercado financeiro, déficit fiscal, superávit primário, valor de mercado, risco-país, leilões de dólares, indicadores antecedentes, curva de juros, rentabilidade e outros termos técnicos

A financeirização e as estratégias comunicacionais
A problemática da financeirização para o jornalismo
Considerações Finais
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