Abstract
As memórias de Débora contidas em Juízes 4-5 pertencem a dois conflitos diferentes sobre acontecimentos turbulentos do século 10 a.C, um na região do Monte Tabor e o outro no Vale de Jezrael. Com o advento da Escrita, Israel Norte produziu o que seria o livro dos “salvadores e libertadores” do povo, texto que posteriormente foi inserido na memória do Sul. Este trabalho, por meio de estudo bibliográfico, realizou uma análise sobre as memórias de Débora contidas neste antigo relato. Para alcançar o objetivo de analisar as recordações de Débora contidas em juízes 4-5 discutimos à luz dos referenciais teóricos sobre as imagens contidas no texto. As leituras apontaram para questões como o papel de Débora na sociedade de Israel Norte já que ela é chamada de mãe, profetiza, guerreira e juíza. Os simbolismos por trás do julgamento na montanha e debaixo de uma tamareira levam a perguntas sobre as formas de culto daquela época, também o simbolismo com o nome de “abelha” e o apiário em Tel Rehov. Os indícios levantam a hipótese de Débora ser uma representante do culto feminino ou até divindade feminina do antigo Israel.
Highlights
Deborah’s memoirs in Judges 4-5 belong to two different conflicts over turbulent events of the 10th century BC, one in the Mount Tabor region and the other in the Valley of Jezrael
O processo redacional do livro de Juízes sofreu intervenções ao longo da história que passaram por três importantes fases: período em que Israel estava sob o domínio assírio, período neobabilônico e período persa, sendo que cada fase teria deixado marcas no texto de acordo com a teologia e ideologias próprias de cada época e contexto
Uma teoria importante ressaltada por alguns autores como Römer (2008, p. 94); Lanoir (2010, p. 333); Kaefer (2017, p. 58); Finkelstein e Silberman (2003, p. 329-392); dentre outros, defende que o autor deuteronomista tenha elaborado o livro de Juízes a partir de um rolo israelita vindo do Reino do Norte após sua queda e migração do povo e da herança cultural para o Sul contendo a história de salvadores e libertadores de Israel
Summary
A questão da historicidade da canção e sua conexão com o capítulo 4 é uma discussão quase tão complexa quanto a do texto da canção. 4-30), segundo o autor, os comentaristas geralmente trataram os textos como histórias separadas de um único evento e os diferenciaram dizendo que os redatores foram informados por fontes distintas, Débora escreve o cântico enquanto o historiador escreveu a narrativa. Com a maioria dos estudiosos em nossa bibliografia, que o cântico representa possivelmente o material bíblico mais antigo por causa de sua linguagem e gênero arcaico preservado próximo a sua forma original. A geografia é confusa e contraditória, levando a concluir que um redator tardio da Judeia, ignorante da topografia do norte, criou a confusão preenchendo detalhes incorretos como a localização de Débora, Jabin, Sísara, Barac e Jael, adicionando assim uma redação orientada para a Galileia Sendo o Cântico um texto com trechos arcaicos e outros reelaborados a partir de ideologias deuteronomistas compostos possivelmente para dar um desfecho ao capítulo de Jz 4 (RÖMER, 2016)
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