Abstract

Resumo: Trata-se de artigo com inspiração teórica fenomenológico-existencial. Pretende desvelar sentidos/sentidos acerca do corpo que não deve produzir desejo, do corpo com paralisia cerebral, a partir do afloramento sexual da personagem Gabriela Brimmer, do filme Gaby, uma história verdadeira. Como metodologia, utiliza instrumentos da pesquisa fenomenológica como descrição e versão do sentido. Como resultado, mostra que a produção desvela o protagonismo da moça, que evidencia corpo paralisado, mas não imóvel, não silenciado de ânsias, quebrando o paradigma da pessoa com paralisia cerebral como eterna infante, assexuada e, por isso, destituída de desejos. Como considerações finais, desvela que abafar o desejo sexual significa emudecer desejos vitais, que perpassam as existências.

Highlights

  • Lentes da fenomenologiaA principal característica das pesquisas fenomenológicas é a opção de “ir às coisas mesmas” (Maria Aparecida BICUDO, 2000, p. 72), procurando identificá-las da forma como elas se apresentam para o sujeito intencional, transcendendo seus contornos, num movimento de compreensão de suas essências (Carlos FRANÇA, 1989; Daniel Augusto MOREIRA, 2002) não no sentido de imobilidade, mas de como se apresentam num espaço-tempo.

  • A partir de uma série de perdas na vida de Gabriela, num espaço/tempo em que as duas prezam exclusivamente suas companhias, Florência, compreendendo suas atitudes sufocadoras das vivências de Gaby, possibilita tal experiência à jovem.

  • A questão do corpo incapaz, não desejante e, consequentemente, proibido, vem à tona, impedindo a realização de uma relação sexual madura que não acontece por causa das frases de Luiz: “O que devo fazer?

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Summary

Lentes da fenomenologia

A principal característica das pesquisas fenomenológicas é a opção de “ir às coisas mesmas” (Maria Aparecida BICUDO, 2000, p. 72), procurando identificá-las da forma como elas se apresentam para o sujeito intencional, transcendendo seus contornos, num movimento de compreensão de suas essências (Carlos FRANÇA, 1989; Daniel Augusto MOREIRA, 2002) não no sentido de imobilidade, mas de como se apresentam num espaço-tempo. A partir de uma série de perdas na vida de Gabriela, num espaço/tempo em que as duas prezam exclusivamente suas companhias, Florência, compreendendo suas atitudes sufocadoras das vivências de Gaby, possibilita tal experiência à jovem. A questão do corpo incapaz, não desejante e, consequentemente, proibido, vem à tona, impedindo a realização de uma relação sexual madura que não acontece por causa das frases de Luiz: “O que devo fazer? O filme desvela o protagonismo de Gaby que, num paradoxo relativizador, apresenta heteronomia e o forte desejo de autonomia, evidenciando corpo paralisado, mas não imóvel, não silenciado de ânsias, mas, pelo contrário, composto por desejos sexuais e amorosos, sendo aceita e rejeitada, tal como o movimento constante da vida. A película apresenta um convite à reflexão sobre autonomia, preconceito, discriminação, resiliência e sexualidade do corpo paralisado

Compreensões sobre a sexualidade a partir de Gaby
Considerações finais
CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA
CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM
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