Abstract

Com base nas propostas da semiótica tensiva, analisamos, no presente artigo, o relato jornalístico do Caso Isabella Nardoni, inscrito na categoria jornalística fait divers, ou seja, notícias de caráter fortuito, inesperado, de patente caráter estésico. Em específico, examinamos a cobertura realizada pelo Jornal Nacional, noticiário exibido pela TV Globo, do assassinato de Isabella, menina de cinco anos, morta pelo pai e pela madrasta em 2008. O caso teve uma das maiores repercussões da primeira década dos anos 2000. Valemo-nos, aqui, dos conceitos de fidúcia e concessão para explicar por que malgrado o transcurso do tempo, a repercussão do caso em questão ter sido tão duradoura. Uma razão para tal manutenção de carga tímica se justifica pela modalidade do crer no inacreditável, o que remete à noção semiótica de concessão, quer dizer, embora não fosse possível, tal coisa aconteceu. A partir da relação entre tais conceitos, pôde-se depreender um enunciatário em cujo campo de presença a tonicidade se projeta sobre a temporalidade, criando um efeito de persistência.

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