Abstract
Resumo Buscou-se compreender fenomenologicamente a experiência de mães e pais no relacionamento com o filho diagnosticado com autismo. A partir de encontros dialógicos com 11 participantes, narrativas foram construídas, considerando os principais elementos significativos da sua experiência. Os resultados principais foram: (a) o diagnóstico é desencadeador de uma nova compreensão sobre o filho; (b) as mães desenvolvem uma relação de exclusividade com o filho; (c) as mães descuidam de si para cuidarem bem do filho; (d) brincadeiras tornam o relacionamento mais gratificante; (e) a escola é percebida como uma parceira no cuidado do filho. Conclui-se que o relacionamento afetivo entre pais e filhos ultrapassa as limitações que a patologia impõe e pode ser potencializado pela atenção psicológica aos pais.
Highlights
We aimed to understand the phenomenological experience of parents in the relationship with their child diagnosed with autism
No livro Tornar-se Pessoa, Rogers (1997) descreve a experiência como algo que ainda não foi nomeado nem classificado, mas que se refere àquilo com que a pessoa entra em contato em dado momento quando relata algo importante de si; é “a experiência de algo desconhecido que deve ser cuidadosamente explorado, mesmo antes que se lhe possa apontar uma designação” (p. 146)
Uma cidade de aproximadamente 50 mil habitantes do interior do Estado de Minas Gerais foi o cenário para a realização da pesquisa, após a pesquisadora ter realizado uma palestra sobre autismo com professores de uma escola estadual de ensino fundamental nesse município
Summary
A Experiência de Mães e Pais no Relacionamento com o Filho Diagnosticado com Autismo*. ABSTRACT – We aimed to understand the phenomenological experience of parents in the relationship with their child diagnosed with autism. Suspeita-se que pode estar vinculado à expansão dos critérios diagnósticos, a diferenças metodológicas nos estudos, ao maior conhecimento sobre o transtorno ou mesmo ao real aumento do número de casos na população (Associação Americana de Psiquiatria [APA], 2014). Na ausência de dados oficiais brasileiros sobre o número de casos de autismo, utiliza-se a estimativa de aproximadamente 1% da população (APA, 2014), sugerindo que dois milhões de pessoas poderiam ser diagnosticadas com esse transtorno em território brasileiro. Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa com o objetivo de compreender fenomenologicamente a experiência de mães e pais na relação com o filho diagnosticado com autismo. O conceito de experiência, nesse contexto, vai além de um dado individual, acessível apenas por meio dos sentidos, e volta-se para a natureza relacional, ou seja, para a experiência intersubjetiva
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