Abstract
O presente artigo resgata as pesquisas pioneiras sobre a Província Ígnea do Paraná e mostra que a acumulação do conhecimento científico foi iniciada de forma sólida a partir da metade do século XIX, quando estudos de campo identificaram a distribuição geográfica e a espessura do conjunto de rochas extrusivas, a faciologia dos derrames, a presença de rochas intrusivas, o contato transicional entre os primeiros derrames com os arenitos Botucatu, o modelo de vulcanismo fissural e a presença de rochas piroclásticas. Estudos de laboratório (geoquímica e petrografia) identificaram a presença de rochas de filiação básica e ácida, a zonalidade dos teores de ferro e do conteúdo em magnetita, eventos hidrotermais sin- e pós-magmáticos e seus produtos como zeólitas, pedras coradas e cobre. Com base nestas descobertas foi experimentada a correlação entre as províncias basálticas austrais para recompor o mosaico da "Terra de Gondwana".
Highlights
EVOLUTION OF KNOWLEDGE ABOUT THE PARANÁ IGNEOUS PROVINCE – FROM THE BEGINNING TO THE EARLY 1950’S
A existência de rochas basálticas no centro-sul da América do Sul é conhecida em referências esparsas feitas por missionários jesuítas e arquitetos das reduções guaranis, que foram implantadas em meados do século XVI e resistiram até o início do século XVIII em territórios atualmente pertencentes ao Brasil, Argentina e Paraguai
A descrição de “meláfiro” proposta por LEYMERIE (1879) era, em parte, semelhante a do trapp, porém a principal diferença está na estrutura amigdaloide e a presença de brechas, que ele considerou como conglomerados
Summary
A existência de rochas basálticas no centro-sul da América do Sul é conhecida em referências esparsas feitas por missionários jesuítas e arquitetos das reduções guaranis, que foram implantadas em meados do século XVI e resistiram até o início do século XVIII em territórios atualmente pertencentes ao Brasil, Argentina e Paraguai. O terceiro é o limite que separa os trabalhos desses pioneiros, baseados principalmente em observações de campo, dos desenvolvidos pelos pesquisadores subsequentes com produção de grande volume de dados. Como esses artigos são de difícil obtenção, apresentamos uma síntese das principais observações, conclusões e pequenas transcrições, que podem ser úteis para que os pesquisadores de hoje revejam os pontos iniciais do processo de acumulação desse conhecimento científico e lhes deem o devido crédito. Alguns conceitos podem soar hoje como obsoletos ou com a terminologia ultrapassada, mas isso é totalmente compreensível dado o estágio inicial das pesquisas e do próprio conhecimento científico da época. É oportuno lembrar que em meados do século XIX, a definição de alguns termos importantes mostrava alguma superposição, como é o caso de “geologia” e “geogenia”.
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