Abstract

Nosso objetivo é compreender as relações entre a base do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e suas lideranças, tomando como elemento de mediação a estrutura organizacional formalmente adotada em 2003. Para tanto, três chaves analíticas são utilizadas: Clastres, que explora a ideia de estrutura separada do corpo social; Leach, que opõe um modelo abstrato de organização às situações práticas observadas e interpretadas a partir da materialidade do comportamento dos assentados e acampados; o Neo-institucionalismo, que trata as instituições enquanto regras e normas que regulamentam a vida social. As análises foram baseadas em observações realizadas no XII Encontro Estadual do MST na Paraíba e nos assentamentos rurais José Antonio Eufrosino e Osiel Pereira, localizados no município de Campina Grande. Recusando as abordagens que tentam medir o grau de adoção dos modelos organizacionais formais pelos grupos sociais, tentamos revelar as incongruências produtoras das dinâmicas de reestruturação da organização do MST.

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