Abstract
Este artigo trata da violência simbólica que assola o cotidiano de Carolina Maria de Jesus, mulher negra e autodidata que morou na favela do Canindé e escreveu a rotina dos oprimidos entre os anos de 1955 e 1960. Há uma questão racial e de gênero que permeiam todo o diário “Quarto de despejo: diário de uma favelada” (1960), de modo a evidenciar as impossibilidades superadas, ou não, por Carolina, escritora e catadora de papel. Apoiados nas teorias literárias e nas questões sobre luta de classe, racismo e realismo, o objetivo deste artigo é pensar as impossibilidades dos grupos oprimidos e de que modo a violência simbólica, impulso da crueldade social, é capaz de silenciar o corpo negro e ditar um predestino marcado pela miséria, bem como de que maneira essa estrutura de crueldade está representada na obra literária. A metodologia deste artigo é de caráter bibliográfico, tendo como arcabouço, teóricos como Candido (1999), Pellegrini (2005), Ribeiro (2019) e Ribeiro (2014), entre outros suportes que nos auxiliam a evidenciar os diversos cenários que silenciam a atuação literária e social de Carolina em detrimento da fome, da pobreza e da miséria que definem a escritora do diário de uma favelada e as pessoas da realidade concreta que ela intencionava representar.
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have
Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.