Abstract

O objetivo deste texto é contrapor modelos de democracia para investigar a gestão da educação, discutindo o potencial heurístico desses modelos na compreensão dos desafios da administração democrática do ensino e da forma como as políticas educacionais são concebidas e implementadas na escola pública. São abordadas a concepção contratualista ou liberal da democracia e a sua concepção comunitarista ou participativa. Mostra-se que essas concepções, por mais que se contraponham, se entrecruzam e precisam uma da outra para se autodefinirem, fazendo parte de uma mesma família ético-política. A despeito de sua crítica ao individualismo e à lógica do contrato social como base para a democracia, a concepção comunitarista não é incompatível com as exigências capitalistas, permitindo a esse sistema se rearticular politicamente a partir de novas bases éticas.

Highlights

  • RESUMO O objetivo deste texto é contrapor modelos de democracia para investigar a gestão da educação, discutindo o potencial heurístico desses modelos na compreensão dos desafios da administração democrática do ensino e da forma como as políticas educacionais são concebidas e implementadas na escola pública

  • Numa perspectiva ético-política, a relação entre democracia e educação, contrapondo modelos de democracia para se pensar e atuar na escola a partir de certos valores e de certas racionalidades

  • Cabe retomar o que disse Marx no texto a Miséria da Filosofia: “os mesmos homens que estabelecem as relações sociais de acordo com a sua produtividade material produzem, também, os princípios, as ideias, as categorias de acordo com as suas relações sociais” (MARX, 1985, p. 102)

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Summary

Sidney Reinaldo da Silva *

RESUMO O objetivo deste texto é contrapor modelos de democracia para investigar a gestão da educação, discutindo o potencial heurístico desses modelos na compreensão dos desafios da administração democrática do ensino e da forma como as políticas educacionais são concebidas e implementadas na escola pública. Os modelos são reapresentados no sentido de indicar formas de democracia que têm sido não apenas concebidas filosoficamente, mas também historicamente construídas e que têm sido apresentadas como “paradigmas” da gestão democrática. A partir da teoria do desenvolvimento do juízo moral de Piaget, a tradição do contrato social passou a ser concebida como a forma mais adequada de se praticar a democracia na escola, de modo a favorecer e respeitar a formação da autonomia dos indivíduos. O autor argentino propõe o fortalecimento da autonomia local e a integração em rede como a única forma eficaz de democratização da gestão das instituições educacionais: Mas a característica fundamental de uma rede, em comparação com os sistemas hierárquicos tradicionais, é que ela pode ser mobilizada pelas iniciativas de cada um dos participantes e usuários, e não só de sua cúpula, de seu proprietário ou de seu construtor. As acepções da democracia contratualista voltadas para sua dimensão ética, não instrumental, e mesmo comunitária da política, mostram um hibridismo com as concepções da democracia não contratualista, que, em muitos casos, se agrupam sob o rótulo de democracia deliberativa, cujo sentido é também muito variável

RECONHECIMENTO E IDENTIDADE COMO BASE PARA A FORMAÇÃO HUMANA
LIMITES DAS DEMOCRACIAS CONTRATUALISTA E COMUNITARISTA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Education in face of liberal and communitarian tendencies of democracy Abstract
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