Abstract
O objetivo do artigo é discutir a educação e o cuidado dos bebês no período da pandemia da COVID-19 tomando como referência as categorias raça, geração e gênero. A base teórica interdisciplinar se situa nos campos da educação das relações étnico-raciais, dos estudos de gênero, especialmente os feministas, e dos estudos sociais da infância. Trata-se de um estudo de abordagem mista, quanti-quali, que explora os dados estatísticos sobre o acesso dos bebês à creche e sobre as condições de vida das mulheres com filhos/as. As análises tomam ainda como referência entrevistas com mulheres negras que têm seus bebês em uma creche pública municipal em Florianópolis. A partir da análise dos dados, indica-se que os fatores de desigualdade que marcam o acesso dos bebês à creche já estavam presentes desde antes a pandemia e no caso das condições de vida das mulheres negras com filhos/as, observa-se um processo de precarização da vida, sendo que no contexto estudado destaca-se uma intensa ocupação do tempo das mulheres com os cuidados com os seus bebês e com outras pessoas, a diminuição dos recursos para a subsistência e um processo de confinamento social.
Highlights
A educação e cuidado de bebês é um tema de interesse acadêmico e político, e pode ser analisado por um destes primas ou por ambos, o que propomos neste artigo
Do ponto de vista acadêmico, observamos a evolução dos saberes sobre os bebês especialmente no período pós segunda guerra, com o avanço da pediatria e da psicanálise, com uma forte preocupação com as necessidades físicas dos bebês, o que acabou por difundir uma visão universalista deste momento da vida (NEYRAND, 2000; 2002)
HISTÓRICO – uso exclusivo da revista Recebido em: 04-01-2021 – Aprovado em: 12-01-2021
Summary
RESUMO O objetivo do artigo é discutir a educação e o cuidado dos bebês no período da pandemia da COVID-19 tomando como referência as categorias raça, geração e gênero. Trata-se de um estudo de abordagem mista, quanti-quali, que explora os dados estatísticos sobre o acesso dos bebês à creche e sobre as condições de vida das mulheres com filhos/as. As análises tomam ainda como referência entrevistas com mulheres negras que têm seus bebês em uma creche pública municipal em Florianópolis. A partir da análise dos dados, indica-se que os fatores de desigualdade que marcam o acesso dos bebês à creche já estavam presentes desde antes a pandemia e no caso das condições de vida das mulheres negras com filhos/as, observa-se um processo de precarização da vida, sendo que no contexto estudado destaca-se uma intensa ocupação do tempo das mulheres com os cuidados com os seus bebês e com outras pessoas, a diminuição dos recursos para a subsistência e um processo de confinamento social.
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