Abstract

O artigo trata do debate ocorrido entre Sismondi e os economistas ricardianos, na primeira metade do século dezenove, a respeito do equilíbrio dos mercados, do papel da competição e dos efeitos da maquinaria nas sociedades industriais. A seção inicial reconstitui os principais termos do discurso crítico de Sismondi direcionado à ortodoxia clássica. A seguir, detalham-se as respostas elaboradas por McCulloch e Torrens em defesa da livre concorrência, do caráter ilimitado da demanda e do avanço da mecanização na atividade produtiva. A terceira seção considera a argumentação posterior de Sismondi na qual ele reitera sua teoria das crises de superprodução a partir de uma abordagem histórica do capitalismo. Ao final, procede-se a uma breve avaliação da herança ricardiana à economia política em vista da controvérsia examinada.

Highlights

  • Sismondi among the Ricardians This paper deals with the debate which opposed Sismondi

  • he reinforces his theory of a general glut from a historical perspective

  • em todos os casos

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Summary

A rebelião de Sismondi

Iniciado na economia política por meio da adesão irrestrita à doutrina liberal de Adam Smith e movido pela anexação de Genebra à República Francesa, com a conseqüente imposição de impostos e taxas aduaneiras sobre a vida econômica da cidade, Sismondi publica De la Richesse Commerciale, no ano de 1803, um extenso manifesto contra a intervenção estatal e a favor do livre comércio. Como insistiria ele anos depois no prefácio de seus Études sur l’Économie Politique (EEP): “A riqueza, a apreciação das coisas materiais, é ao mesmo tempo uma abstração, e a (6) De uma perspectiva distinta, Sismondi vislumbra o mesmo problema ao ressaltar a dinâmica sequencial da atividade econômica em que a demanda pela produção de cada período seria limitada pelos rendimentos do período anterior. Uma vez desnudadas as consequências perversas sobre o bem-estar social geradas pela violenta colisão das forças competitivas, fazia-se imprescindível, para Sismondi, a reestruturação institucional das economias capitalistas contemporâneas, responsabilidade incontornável do Estado e dos legisladores: Assim, o progresso da indústria, o progresso da produção comparado com o da população, tende a ampliar a desigualdade entre os homens. Esse sentimento eles compartilhavam com todos os libertinos, aqueles que pensavam apenas no prazer sensual e que para isso sacrificaram a liberdade do seu país; mas os que consideravam o progresso da corrupção como certo de atrair a inevitável vingança divina sobre Florença, uniram em sua compungida penitência o amor pela liberdade passada e o repúdio à tirania fundada no triunfo do vício ([1832] 1960, p. 226)

A reação ricardiana
Sismondi contra-ataca
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