Abstract
Demonstra-se que, ao lado das reservas explícitas de Elizabeth Bishop contra a lógica essencialista de gênero, ela elaborou uma poética anti-essencialista de gênero para engajar a vulnerabilidade de seu posicionamento enquanto poeta do cânone anglo-americano que inevitavelmente, porque historicamente, representou a voz e o olhar fabricadores do sujeito soberano sobre o Brasil. Propõe-se uma leitura ecocrítica do conflito entre a recusa de uma identidade de gênero para a voz lírica, no poema “Brazil, January 1, 1502”, e a atribuição de uma identidade geopolítica engendrada para o outro. O objetivo do artigo é duplo: considerar o que acontece quando se desestabiliza o discurso normativo de gêneros geopolíticos; e, finalmente, contribuir para o debate, proposto por Silviano Santiago, sobre o valor ético dos textos que representam o olhar de Bishop sobre o Brasil.
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