Abstract

A partir do conceito de história natural de Theodor W. Adorno, este artigo reflete sobre o lugar do corpo na dialética entre indivíduo e sociedade. Discute-se a importância do corpo como categoria social e histórica para a Psicologia Social. Defende-se que qualquer iniciativa materialista de investigação do indivíduo na sociedade capitalista deve debruçar-se sobre a dominação cotidiana do corpo e sobre o recalque dessa experiência no indivíduo. Conclui-se que à Psicologia cumpre a tarefa crítica de denunciar que a deformação do indivíduo é conseqüência do processo vigente de socialização.

Highlights

  • O mesmo pode ser dito para muitas das terapêuticas psicológicas que insistem em ver nos sofrimentos de seus clientes um “defeito”, uma “falha” ou um problema qualquer que se limita a leis internas do funcionamento psíquico sem quaisquer relações com os processos de socialização por eles sofridos

  • Uma vez que essa dominação incide objetivamente sobre o corpo e suas vozes, estes são socialmente escotomizados das consciências dos indivíduos para que a experiência real e concreta da mutilação cotidiana que sofrem não venha à superfície, por isso nossa insistência nessa compreensão social e histórica do corpo e de suas vozes atuais como o “tradutor” das mediações entre subjetividade e objetividade

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Summary

Introduction

É por esse motivo que o malestar que a civilização hoje nos impõe – isto é, toda uma gama de sintomas, de sentimentos e de experiências ruins – deve ser compreendido não mais apenas como uma condição antropológica estrutural para a vida em sociedade, mas também como objeto de investigação das mediações historicamente sedimentadas entre indivíduo e sociedade.

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