Abstract

O artigo examina o encaminhamento dado pela diplomacia brasileira à questão dos armamentos navais entre os países do ABC (Argentina, Brasil e Chile) durante a Conferência Pan-Americana de 1923 em Santiago. Por acreditar que estava em situação de inferioridade estratégica, o Brasil desejava preservar sua autonomia nos assuntos de defesa e era por isso acusado de militarismo. As negociações sobre a chamada tese XII terminaram em impasse e, ao final da Conferência, o Brasil se viu virtualmente isolado na região.

Highlights

  • O artigo examina o encaminhamento The article examines how Brazilian didado pela diplomacia brasileira à ques- plomacy dealt with the question of natão dos armamentos navais entre os paí- val armaments among the ABC counses do ABC (Argentina, Brasil e Chile) tries (Argentina, Brazil and Chile) durante a Conferência Pan-Americana during the 1923 Pan American Confede 1923 em Santiago

  • Thought to be in a poestava em situação de inferioridade es- sition of strategic inferiority, Brazil aitratégica, o Brasil desejava preservar sua med at preserving its autonomy in autonomia nos assuntos de defesa e era defense affairs and, for this reason, it was por isso acusado de militarismo

  • Negotiations on 173 gociações sobre a chamada tese XII ter- the so-called Thesis XII ended in a staminaram em impasse e, ao final da Con- lemate and, by the end of the Conferenferência, o Brasil se viu virtualmente ce, Brazil found itself virtually isolated isolado na região

Read more

Summary

O balanço estratégico entre as forças navais do ABC

O equilíbrio estratégico sul-americano girava basicamente em torno dos três países da região mais preparados no campo militar: Argentina, Brasil e Chile. Os programas de construção naval das potências contratantes deveriam ser suspensos por dez anos e os navios capitais não po- 177 deriam ultrapassar o limite de 35.000 toneladas para cada unidade, com canhões de calibre máximo de 16 polegadas. Em setembro de 1922, as resoluções da Conferência no campo do desarmamento naval foram levadas a Genebra, durante a 3a Assembléia da Liga das Nações, ocasião em que os Estados-membros examinariam a possibilidade de extensão dos princípios do Tratado Naval de Washington às potências não signatárias. O presidente brasileiro não aceitava os princípios da Conferência de Washington porque, segundo ele, as condições na Europa eram diversas daquelas na América do Sul. Na 3a Assembléia, o debate se concentrou na comissão relativa aos armamentos, onde Raul Régis de Oliveira procurou expor, sem nenhum apoio dos países sul-americanos, a posição peculiar do Brasil e suas necessidades de segurança, recordando os termos do artigo 8∞ do Pacto. Ao analisar a questão meses depois, Hélio Lobo, então cônsul-geral em Nova York, avaliou que, vencedor em sua tese, o Brasil começou a aparecer perante o mundo como “o propugnador de armamentos, adversário de sua limitação e criador, na América do Sul, do princípio da paz armada.” Segundo ele, o problema tinha uma dupla significação: a nacional, de “segurança militar”, e a externa, de “realização diplomática.” A incógnita na frente diplomática era a Argentina, “país supersensível nas suas relações internacionais”, que seria talvez, na opinião do diplomata brasileiro, o ponto “mais delicado” nas relações exteriores do Brasil.[5]

As reuniões preparatórias em Washington e o surgimento da tese XII
A proposta brasileira da Conferência Preliminar de Valparaíso
O impacto da Missão Naval norte-americana ao Brasil
As primeiras negociações sigilosas e a Comissão de Armamentos
Ainda as relações entre os países do ABC
Os Estados Unidos e o equilíbrio Brasil-Argentina
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call