Abstract

Na perspectiva pós-keynesiana, a taxa de câmbio é considerada um tipo de ativo financeiro sujeito às decisões de alocação de portfólio dos agentes que atuam em um sistema monetário e financeiro internacional hierárquico e assimétrico. Baseado nesta perspectiva, este artigo realiza um estudo de caso comparativo das taxas de câmbio do Brasil e do México nos anos 2000, destacando a influência de fatores institucionais. O estudo cobre seis fases do ciclo financeiro internacional e utiliza o Método de Média Móvel Exponencial e o coeficiente de Pearson para analisar a relação entre as taxas de câmbio e os determinantes da equação keynesiana. Os resultados mostram que, embora as taxas de câmbio estudadas tenham um co-movimento semelhante, existem diferenças importantes em relação à sua volatilidade e ao impacto desses determinantes.

Highlights

  • In the post-Keynesian view, the exchange rate is considered a financial asset class subject to investment decisions of investors in a hierarchical and asymmetric international monetary and financial system

  • Atualmente a abertura financeira nos dois primeiros níveis é similar em ambos os países, sendo a principal diferença a restrição para o endividamento de não residentes no Brasil e um maior grau de conversibilidade interna da moeda estrangeira no México (Tabela 1)

  • Dada a importância do canal de transmissão da taxa de câmbio para a política monetária em ambos os países elevações da taxa de juros podem ser realizadas com o objetivo de atrair capitais e valorizar a moeda doméstica

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Summary

Introdução

A taxa de câmbio é considerada, ao lado da taxa de juros e de salários, um dos principais preços-chave de uma economia aberta. A heterogeneidade existente entre as economias emergentes permite levantar a hipótese ainda pouco explorada na literatura de que elementos particulares, como a institucionalidade da abertura financeira, a dimensão (e regulação) dos seus mercados cambiais e o regime cambial também podem, dentro de certos limites, afetar a dinâmica das taxas de câmbio destes países. Brasil e México podem ser considerados casos similares não somente por serem economias emergentes com uma inserção similar no SMFIC, mas também por duas razões adicionais: (ii) são países latinoamericanos com perfis econômicos semelhantes em termos de tamanho das suas economias, grau de industrialização, relevância do setor exportador e graus de integração financeira e de internacionalização monetária; (ii) no que se refere às políticas macroeconômicas, ambos adotaram regimes de flutuação suja com metas de inflação após as crises cambiais dos anos 1990.

A abordagem Pós-Keynesiana da taxa de câmbio
Condicionantes específicos da dinâmica cambial no Brasil e no México
Abertura comercial e financeira
Dinâmica das taxas de câmbio
Preferência pela liquidez internacional
Conclusões
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