Abstract

Espinosa e Pascal, respectivamente no proêmio do Tratado da Emenda do Intelecto e no opúsculo Sobre a conversão do pecador, colocam em cena a explicação de um processo que implica a instituição de um novo modo de vida e que representa, para a alma ou para a mente humana, uma profunda renovação de valores. Nessa explicação, ambos os autores abordam temas como a consideração por um bem verdadeiro, a perturbação entre tal consideração e a estima pelo que até então era objeto de deleite, a firme resolução e o desejo de buscar um bem verdadeiro e, por fim, a reflexão sobre os meios para alcançá-lo. Entretanto, o solo no qual esse processo se desenvolve parece separá-los, pois em Espinosa a resolução de buscar o bem verdadeiro é inerente ao esforço reflexivo, ao passo que em Pascal a conversão do pecador não se realiza sem a intervenção da graça. A questão que então se coloca é a de compreender o fundamento da instituição de um novo modo de vida cujo processo, se não parece se originar simplesmente de uma decisão voluntária, não é contudo equivalente para tais autores.

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