Abstract

Este estudo objetivou localizar, na literatura, como se processa, conjuntamente, a formação esportiva dos futebolistas e a escolarização básica no Brasil, bem como as consequências desse processo para a classe trabalhadora da modalidade. Entendendo que a simples observação contemplativa de tal fenômeno é insuficiente para compreendê-lo, procurou-se fazer uma mediação com o conceito de dupla carreira esportiva, que corresponde à dedicação concomitante entre duas atividades rotineiras, sendo o esporte e os estudos um exemplo rotineiro de conciliação enfrentados por atletas tanto em formação quanto em contexto profissional. A investigação foi caracterizada como exploratória, qualitativa, bibliográfica e de cunho documental. Os dados foram coletados considerando a revisão sistemática realizada por Miranda, Santos e Costa (2020), o Relatório “Educação e as Categorias de Base”, a principal legislação esportiva (Lei nº 9.615/98 – Lei Pelé) e educacional (Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB), bem como artigos científicos, livros e dissertações que tratavam do tema em causa. Como principais achados, percebeu-se a necessidade de uma política urgente que ampare a formação esportiva e escolar brasileiras, compatibilizada para além de matrículas, controle de frequência e progressão, pois o futebol camufla uma formação escolar básica deficitária (embora concluída), salários baixos e atrasados, atletas nômades e desempregados. Logo, a compatibilização entre treinamento e estudos formais, com ações equilibradas entre as duas formações, é necessária, especialmente para aqueles que, sendo malsucedidos no futebol, precisam se estabelecer em outras ocupações, além da necessidade de uma formação emancipatória e cultural de qualidade.

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