Abstract

O objetivo deste trabalho foi realizar uma reflexão teórica da constituição da ciência, do senso comum e as relações que permeiam essas duas formas de pensamento. A escolha do pensador Boaventura de Souza Santos e suas obras se deu pelo nível de dedicação em estudos ligados à temática, e a análise envolveu o levantamento bibliográfico de três obras do sociólogo: (i) A crítica à razão indolente: contra o desperdício da experiência; (ii) Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social e (iii) Um discurso sobre as ciências. Em seus escritos, Boaventura nos revela uma nova ordem social que se instaurou a partir da crise epistemológica do paradigma dominante fazendo emergir um novo paradigma que revela a importância do senso comum e as outras formas de conhecimento. Isso é resultado da pouca ou ausência na correspondência aos anseios por parte da sociedade, que viveu uma transformação social a partir da ciência, mas que não aceita mais ela como sendo objetiva, global, racional, determinista, totalitária e hegemônica. Apenas ela não é suficiente para satisfazer os anseios dos cidadãos. Nesse sentido, o sociólogo defendeu o abandono da dissociação entre senso comum e a ciência colocando-as como apenas dois tipos diferentes de saberes, que possuem papéis importantes e se estruturam dentro do conhecimento humano como um todo, e não de maneira isolada, como foi pensando por muito tempo.

Highlights

  • Este estudo é classificado como pesquisa básica, por se tratar de uma reflexão teórica na busca do entendimento da relação entre a ciência e o senso comum

  • This work aimed to carry out a theoretical reflection on the constitution of science, common sense and the relationships surrounding these two forms of thought

  • The analysis involved a bibliographic survey of three works by the sociologist: (i) The critics to indolent reason: against the waste of experience; (ii) Renew the critical theory and reinvent social emancipation and (iii) A speech on the sciences

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Summary

Introdução

A compreensão do conhecimento humano transcorre no entendimento do senso comum como um campo rico de ideias e atividades sociais. A origem da concepção dicotômica ocorreu entre a superioridade do mundo das ideias, marcada pelo conhecimento científico e a inferioridade dos sentidos, que não passa pelo crivo da razão categorizada como senso comum, estabelecendo, assim, a hegemonia de uma forma. A partir dessa breve contextualização é possível enxergar que a origem da ciência emergiu do senso comum, embora o processo histórico tenha revelado uma dissociação que vem contribuindo para uma calorosa discussão teórica sobre ambos os conceitos. Foram formuladas as seguintes indagações que servem como norteadoras na busca por uma reflexão sistematizada: (i) De que modo Boaventura de Sousa Santos entende a relação entre o conhecimento científico moderno e o senso comum? Foram formuladas as seguintes indagações que servem como norteadoras na busca por uma reflexão sistematizada: (i) De que modo Boaventura de Sousa Santos entende a relação entre o conhecimento científico moderno e o senso comum? (ii) Como se constituiu o conhecimento científico moderno e o senso comum? (iii) Quais razões levaram à dicotomia entre ambos os conceitos? (iv) Quais as novas possibilidades que Boaventura de Sousa Santos defende? Portanto, presente texto tem como tema a ciência e o senso comum e o objetivo foi mostrar uma reflexão teórica da constituição da ciência, do senso comum e das relações que permeiam essas duas formas de pensamento

Metodologia
A ciência e o senso comum: um olhar segundo Boaventura de Sousa Santos
A produção da invisibilidade e a ecologia de saberes
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