Abstract

A partir do início do século XIV, aumenta o espaço reservado em obras eclesiásticas produzidas em terras castelhano-leonesas, especialmente em constituições sinodais e tratados pastorais, para debater os limites da ação dos cristãos soberbos, a fim de fazê-los obedientes aos ensinamentos prescritos por confessores e bispos. Partindo de obras que ensinavam os curas de almas a admoestar o fiel pecador, o presente trabalho visa examinar como clérigos e religiosos da Coroa de Castela ajudaram a convencer homens e mulheres a naturalizar virtudes contrárias ao pecado mortal da soberba, sobretudo a humildade. Em outras palavras, o alvo deste estudo é analisar em que medida a prática da devoção dos fiéis leigos dependia, entre outras ações, de uma conduta obediente aos mandamentos e avessa aos pecados considerados derivados da soberba, como a rebeldia.

Highlights

  • From the beginning of the fourteenth century, there is an increase in the amount of space assigned in ecclesiastical works produced in Castilian-Leonean lands, especially in synodic constitutions and pastoral treatises, to the subject of limiting the actions of churchgoers guilty of the sin of pride

  • Dando sequência à sua prédica, elucida a mensagem do sermão a partir da paráfrase de conversas comumente assistidas nas portas das igrejas daquela época: E vós, minhas filhas, perdoai-me se digo a verdade, que quando vindes à igreja ali falais com alguém, dizendo: —“Como vos vai, comadre? E como está meu compadre? Vai bem minha afilhada?”

  • Descrevendo diante de homens e mulheres exemplos como esse de cenas pecadoras, esse pregador destaca a necessidade de todo fiel refletir acerca de sua conduta dentro e fora da igreja, com a finalidade de que soubesse como professar a fé cristã para honrar corretamente com seus deveres

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Summary

Obediência e devoção

No início do Trezentos, Martín Pérez terminava a elaboração do Libro de las confesiones, conhecido como um dos principais tratados pastorais que circulou pela Península Ibérica entre os séculos XIV e XV, especialmente pelos bispados da região centro-oeste desse território. Visando firmar a mesma relação de obediência, o bispo de Ávila, Diogo de los Roeles —no dia 4 de julho de 1384, menos de setenta anos depois da elaboração do Libro de las confesiones—, afirma em suas constituições sinodais que o quarto mandamento da lei de Deus ensina a honrar, além dos pais, mães e padrinhos, aqueles que possuem a cura das almas, a saber, os pais espirituais.. Atualizando uma tópica corrente da época, autores como Martín Pérez e Diogo de los Roeles inseriram a discussão acerca do elo entre o fiel e o confessor nos comentários concernentes ao quarto mandamento, justificando que os diretores de consciência eram os pais espirituais de qualquer cristão. Entre a promulgação das constituições do cardeal francês Guillaume Pierre Godin e a impressão de tratados como o Breve forma de confisón e o Vergel de Consolaçión del alma que será citado abaixo, Castela assistia ao fortalecimento, portanto, de um regimento voltado à emenda e ao constrangimento dos fiéis leigos, o qual fora inspirado na própria disciplina religiosa, como convém agora analisar

Humildade versus hipocrisia e rebeldia
Vigília e abstinência
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