Abstract

O texto procura compreender as relações entre os conhecimentos matemáticos construídos por jovens e adultos trabalhadores na vida cotidiana e os conhecimentos matemáticos escolares. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa etnográfica no Morro de São Carlos, Rio de Janeiro, acompanhando a rotina local de um curso de educação de jovens e adultos, assim como aspectos da vida diária dos alunos e da vida comunitária na favela. Os resultados indicaram uma estreita associação entre o uso de habilidades matemáticas no cotidiano com a necessidade de garantir formas de sobrevivência, assim como a importância de fatores afetivo-emocionais como impulsionadores de raciocínio matemático. O mundo da escola e o mundo da vida cotidiana apareceram como separados, assim como os conhecimentos matemáticos pertencentes a um ou outro contexto.

Highlights

  • Em sua grande maioria, as propostas nessa área não têm levado em consideração a especificidade dessa clientela quanto à faixa etária, experiências profissionais e cotidianas, e formas de aprendizagem

  • Os resultados indicaram que os três denominadores comuns do grupo estudado – pessoas com baixa escolaridade, de classe econômica desfavorecida e moradores de favela – tenderam a aproximar esses sujeitos no que diz respeito às formas de construir/ representar/utilizar conhecimentos matemáticos, assim como em relação aos fatores afetivo-emocionais que motivam o raciocínio e a aprendizagem

  • Key-words: primary and professional education for young and adult workers; trade union movement and education; theoretical-methodological foundations of education for young and adult workers

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Summary

Maria Cecilia de Castello Branco Fantinato

Propostas educacionais voltadas para a clientela jovem e adulta costumam defender que “o ponto de partida para a aquisição dos conteúdos matemáticos deve ser os conhecimentos prévios dos educandos” (Ribeiro, 1997, p. 100). Tais estudos já indicavam também diferenças entre esses dois tipos de conhecimento matemático, por exemplo, quanto à forma, uns predominantemente baseados no cálculo mental, outros com o uso da linguagem matemática escrita como principal ferramenta. Desenvolvida exclusivamente no ambiente escolar, apontou também para a necessidade de estudos sobre os conhecimentos matemáticos informais de jovens e adultos em contextos não escolares, entre outros motivos porque a instituição formal de ensino não parecia ser o espaço mais adequado para a manifestação desses saberes.. C) Como uma melhor compreensão dos diferentes tipos de conhecimento matemático, construídos por jovens e adultos do ensino fundamental, pode contribuir para práticas educativas voltadas para essa clientela?. A fundamentação teórica da referida pesquisa baseou-se nas contribuições de duas áreas: a educação matemática de jovens e adultos e a etnomatemática

Educação matemática de jovens e adultos
Resultados e discussão
Relações quantitativas e espaciais na comunidade
Considerações finais
Referências bibliográficas
Saddo Ag Almouloud e outras
Maria Isabel Brandão de Souza Mendes e Terezinha Petrucia da Nóbrega
Sonia Maria Rummert
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