Abstract

Conquistado entre a segunda metade do século XII e o final da primeira metade de Duzentos o Sul de Portugal e a rede de centros urbanos aí existente protagonizaram processos próprios de construção de discursos identitários e de consagração politica de determinados grupos sociais. A partir de um núcleo diferenciado de fontes no interior do qual se articulam as representações figurativas utilizadas por alguns dos concelhos urbanos do Sul de Portugal, como é o caso dos selos e os primeiros textos legislativos produzidos para ou no interior destas localidades, como é o caso dos forais e dos usos e costumes, procuramos traçar as linhas orientadoras dos discursos identitários construídos neste período e identificar alguns dos seus responsáveis. Neste contexto torna-se visível o domínio da guerra como argumento legitimador de uma estrutura social desigual e de elemento básico na construção de uma identidade local em especial num contexto cronológico mais recuado, ao mesmo tempo que se define uma evolução desse discurso no sentido da valorização dos critérios económicos e de legitimação do domínio de determinados grupos sociais.

Highlights

  • «Aos 6 dias de Fevereiro de 1324 em a cidade de Evora Stevam Garcia, alcaide, Rodrigo Eanes e Lourenço Gonçalves, juízes então de Evora e o concelho da dicta cidade se juntarom en a cidade en o adro de Santo António apres dessa igreja(...) e ho dito muito alto senhor Dom Denis estando presente en sa pessoa no dicto logar com muitos da sa corte, o dicto concelho mandou leeer hua sua petiçom»2

  • From a differentiated nucleus of sources in which we included municipal seals as figurative representations of an identity and the first legislatives texts produced by or for this cities, as was the case of «forais» and of letters of customs, we have tried to define the main subjects of this discourses, the arguments of legitimacy that were used and the beneficiaries of this discourses

  • In this context war was, a main argument of legitimacy of a social hierarchy defined by the first charters and a crucial element of identity specially during the 12 and 13th centuries

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Summary

ENTRE CAVALEIROS E CIDADÃOS

«Aos 6 dias de Fevereiro de 1324 (ano de 1286) em a cidade de Evora Stevam Garcia, alcaide, Rodrigo Eanes e Lourenço Gonçalves, juízes então de Evora e o concelho da dicta cidade se juntarom en a cidade en o adro de Santo António apres dessa igreja(...) e ho dito muito alto senhor Dom Denis estando presente en sa pessoa no dicto logar com muitos da sa corte, o dicto concelho mandou leeer hua sua petiçom»2. Para atestar da operacionalidade ou não desta visão e tendo em linha de conta a existência de diferentes fases na construção de um discurso identitário urbano optámos pela análise de um espaço geográfico : o Sul de Portugal, articulado prioritariamente em torno de três cidades: Évora, Elvas e Beja e de uma cronologia mais recuada que, no caso do território português, se confunde com o período de consolidação territorial e de definição das estruturas económicas após a conquista cristã, ou seja entre a segunda metade do século XII e o início da segunda metade de Trezentos e escolhemos 2 níveis de questões: um prendese com a identificação de alguns dos elementos simbólicos de identificação e de reconhecimento externo utilizados pelos concelhos numa fase embrionária da sua organização e do seu papel na criação de uma possível identidade urbana e neste campo optámos pela interrogação prioritária dos símbolos utilizados na sigilografia municipal. Ibidem Fernando Branco Correia, Elvas na Idade Média, dissertação de mestrado em História Medieval apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa-policopiada, 1999, especialmente o vol III sobre Elvas cristã

A REPRESENTAÇÃO URBANA
O ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO
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