Abstract
Este artigo analisa a constituição de sentido no gênero publicitário, discutindo-o por meio da Semântica Argumentativa. Para isso, verificamos diferentes textos publicitários de épocas distintas à luz da Teoria dos Blocos Semânticos. A seleção do material se deu pelo critério de trabalhar com anúncios dos anos 1960 e 2012/13. As publicidades foram retiradas da internet, com o propósito de relacionar, e discutir, linguisticamente, pares de anúncios publicitários de produtos como cigarro, bebida alcoólica e automóvel. Também averiguamos a importância da imagem nos anúncios, discutindo seu valor a partir da leitura de Toldo (2002) sobre a semiótica de Peirce (2000). Já, Carel e Ducrot (2005) fundamentam a teoria central deste trabalho. Os resultados apontam que apesar da equivalência na seleção dos produtos, o significado obtido pelas relações linguísticas constitutivas dos enunciados não são os mesmos, isso porque a especificidade e o propósito de cada publicidade são diferentes. Além disso, conforme os pressupostos teóricos utilizados, a imagem se demonstrou complementar ao discurso verbal, pois o sentido do anúncio é indicado pelo linguístico.
Highlights
Com a evolução tecnológica e o aumento do consumismo, o gênero publicitário alcançou maior destaque nas sociedades contemporâneas, seu acesso passou a ser amplamente divulgado nas ruas e na mídia, por meio de anúncios impressos e digitais, cartazes, outdoors etc
This paper analyzes the constitution of meaning in the publicity genre, discussing it through Argumentative Semantics
The selection of the material was based on the criterion of working with advertisements from the 1960s and 2012/13
Summary
Conforme Bakhtin (2011), os gêneros do discurso são denominados pelo campo de utilização da língua, nos quais são elaborados seus tipos relativamente estáveis de enunciados. Os gêneros secundários, chamados de complexos, apresentam um grau elevado de formalidade, pelo fato de seu discurso requerer maior elaboração, como é o caso de pesquisas científicas e documentos de lei. Segundo Bakhtin (2011), cada gênero discursivo demanda certo tipo de atividade, como um documento de lei, em que há uma regularidade na organização do texto e uma formalidade maior na escrita, o que não ocorre, por exemplo, em um texto literário, pois somente este pode ser marcado pela individualidade do sujeito falante. Essa ocorrência ou não da marca do sujeito é vinculada à linguagem e se materializa na forma individual, fazendo com que o enunciado se torne particular e se relacione com a língua nacional (nível do léxico e da gramática). Seguimos com a discussão sobre imagem e discurso verbal
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