Abstract

No século XIX, a sociedade concebia a atividade artística como uma qualidade especificamente masculina, logo, as mulheres deveriam se conformar com as suas imagens moldadas pelos homens. Contudo, sabe-se que algumas mulheres conseguiram superar essa imposição e não somente produziram textos literários como trataram das experiências femininas sob suas perspectivas. Por meio da criação literária, conseguiram revisar e reconstruir a configuração das personagens femininas, ainda que de forma dissimulada. É o caso de Emília Freitas (1855-1908) em sua obra fantástico-maravilhosa A Rainha do Ignoto (1899). Nela, a escritora subverte a concepção de mulher na narrativa oitocentista, no Brasil, por meio do recurso sobrenatural. Da mesma forma que a escritora brasileira, Gioconda Belli revisa a configuração da personagem feminina no século XXI. Em El pais de las mujeres (2010), a escritora revê o estereótipo feminino de mãe, esposa e cuidadora do lar como forma de quebrar o paradigma construído negativamente entorno desses aspectos. Essas escritoras foram fundamentais para a transformação da literatura de autoria feminina, haja vista que a tomada de consciência de se papel mudou a figuração da personagem feminina na ficção. Este trabalho toma como base os autores Gilbert e Gubar (1998), Bourdieu (2012), Verona (2013), dentre outros.

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