Abstract
Tendo como objeto de análise a tragédia Antígona, de Sófocles, este artigo partirá do pressuposto de que a relação de tensão representada pelo conflito entreAntígona e Creonte serve de plano afirmativo para uma instância que se superpõe a esta tensão: a da disposição divina. Tal afirmação, todavia, mostrar-se-á de uma maneira muito peculiar e por meio de uma característica marcante do poeta Sófocles, a saber, através do próprio distanciamento dos deuses acerca da tensão em questão. A partir disto, buscaremos oferecer, por fim, uma perspectiva antitética ao postulado tradicional de que Antígona seria essencialmente um drama de dissolução.
Highlights
The poet Sophocles, through the own detachment of the gods about the tension in question
Taking the Sophocles’ tragedy Antigone as object of analysis, this study will start from the presupposition that the relation of tension represented by the conflict between Antigone and Creon serves as an affirmative plane for an instance that superimposes to this tension: that one of the divine disposition
We will look for an antithetical perspective to the traditional postulate that Antigone would be essentially a dissolution drama
Summary
Por exemplo, podemos observar que, ao se valer do argumento citado para justificar seus interesses de estadista, perfaz-se como imputável a Creonte uma postura de conveniência inescrupulosa, que o permite não ter de reconhecer que, em contrapartida, comete também “um crime contra o mandamento divino que ordena honrar os mortos”[7]. Entrementes, este mandamento, neste momento, encontra-se já muito mais reportado a uma espécie de tradição “canônica” (dito com o perdão do anacronismo!) do que a um desígnio claramente divino, naquele sentido teatral de ser remetido in voce a alguma deidade que se faz presente por meio de sua intervenção direta. Dessa forma, no espaço de crise aberto pela ausência de confirmação definitiva do que seria a vontade dos deuses em última instância, Creonte encontra margem para projetar seus anseios pessoais como sendo de uma vontade superior[8]. Ainda da parte de Creonte, aquela recursividade argumentativa ganhará mais amplitude de defesa através do postulado geral de que a pólis também representa o espaço de incidência do divino e que Polinices tentara invadir
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