Abstract
O artigo apresenta uma perspectiva de análise para mobilizações políticas na internet, baseada na teoria da mobilização política ou dos processos políticos (MCADAM, McCARTHY e ZALD, 2008; TARROW, 2009, GAMSON, 1990), especificamente quando tratam dos processos de “alinhamento de quadros”. Com ela, a intenção é oferecer algum subsídio teórico para a observação de tais fenômenos, apresentando um exemplo a partir das micromobilizações na internet pelos grupos e indivíduos ligados ao hip hop em Curitiba. Entendemos que o processo de enquadramento da ação coletiva nas mídias digitais se constitui um trabalho de comunicação política.
Highlights
Assistente editorial | Márcio Zanetti Negrini Revisão de textos | Press Revisão EDITORAÇÃO ELETRÔNICA | Roka Estúdio
The article presents a methodological perspective for political mobilization on the Internet
The intention is to provide some theoretical background for the observation of such phenomena
Summary
A onda de protestos que vêm ocorrendo desde 2011 em diferentes países, incluindo o Brasil, tem feito proliferar muita celeuma, mas muito pouco esclarecimento sobre o significado, causas e consequências de tais acontecimentos. A reflexão em torno destas três vertentes chama a atenção pelo fato da discussão em torno da aplicação do conceito de enquadramento em pesquisas sobre movimentos sociais (SNOW et al, 1986; McADAM; McCARTHY; ZALD, 1996; SNOW & BENFORD, 2000) ficar em segundo plano, em detrimento das pesquisas que têm como foco os enquadramentos no contexto dos meios de comunicação, as quais ocupam posição privilegiada na reflexão proposta pelo texto. Está o trabalho de alinhamento de quadros que ativistas operacionalizam na tentativa de tornarem comuns, ou melhor, comunicar seus “quadros da ação coletiva” (collective action frames), os quais abarcam conjuntos de crenças e significados e são capazes de inspirar e legitimar nos indivíduos o impulso do agir coletivo (Snow & Benford, 2000, p.614). Essa discussão não alcança a complexidade dos conceitos de enquadramento e mobilização, mas permite operar uma análise qualitativa de quadros em processos de micromobilização social durante interações em mídias sociais, fóruns de internet e salas de bate-papo
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