Abstract
O artigo quer ressaltar que Dom Helder Camara viveu profundamente a santidade, ou seja, ele permitiu que a graça santificante conferida no sacramento do Batismo (e da Ordem) produzisse nele bons frutos para a Igreja e para a humanidade. Depois de observar que Dom Helder zelava pela santidade da “família humana”, mantendo amizades com “santos da terra” e com “santos do céu”, e de mostrar que, ao longo de seu desenvolvimento espiritual, amadureceu a compreensão de santidade, o texto aponta para algumas das principais características da santidade do Servo de Deus e dos Pobres, a saber, uma santidade de “pastor com cheiro de ovelhas”, com “espírito de Vaticano II”, com “audácia profética”, de “intensa mística” e de “compromisso com a libertação dos pobres”. O artigo apresenta de forma notória a sintonia espiritual entre a compreensão e a vivência da santidade por parte de Dom Helder com os ensinamentos da Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, do Papa Francisco
Highlights
The article wishes to point out that Monsignor Helder Câmara lived deep holiness, that is, he allowed the sanctifying grace conferred on the sacrament of Baptism to produce in him good fruits for the Church and for humanity
After observing that Dom Helder cared for the holiness of the “human family”, maintaining friendships with “saints of the earth” and “saints of heaven”, and showing that, throughout his spiritual development, his understanding of holiness had matured
The text points to some of the main characteristics of the holiness of the Servant of God and of the Poors, namely, a holiness understood as that of the “shepherd living with the smell of the sheeps”, with “spirit of Vatican II”, with “prophetic boldness”, with “intense mysticism” and “commitment to the liberation of the poor”
Summary
Dom Helder entendia que Deus é “santidade essencial”. Dom Helder concluía que ser santo ou santa não significa “ter visões transcendentais ou o poder de operar milagres”[4]. Dom Helder está em plena sintonia com o Papa Francisco que exorta: “Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Dom Helder também concorda com a concepção de São Francisco de Sales de que os santos são o Evangelho vivo, o Evangelho na prática. Com o Vaticano II, que nossa vocação é a santidade[10], pois “para um cristão, não é possível imaginar a própria missão na terra, sem a conceber como um caminho de santidade”[11]. Para Dom Helder, a santidade não pode ser reduzida a uma conquista individual. Através da pregação do Evangelho e da profunda vivência sacramental, dedicava cuidados para ajudar na santidade de outras pessoas
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