Abstract

O trabalho parte da consideração da literatura como direito fundamental do homem, passando a analisar a dimensão literária e o imaginário feminino presentes em Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, a fim de evidenciar a habilidade da autora na criação de representações muito ricas do seu cotidiano miserável, e com isso contestar a consideração usual do texto como sendo um mero documentário sobre a fome no Brasil dos anos 50. Procurando evidenciar a existência de uma censura implícita por parte dos mediadores culturais, encarregada de impedir que uma mulher subalterna possa ser considerada escritora, e relegando-a ao âmbito do mero protesto, conclui-se que a palavra de Carolina, eco de muitas vozes autorizadas, enriquece a cena literária brasileira contemporânea, dando-lhe maior representatividade.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call