Abstract

Segundo a caracterização padrão da lógica nos escritos fregeanos, a palavra "verdadeiro" indica a essência da lógica, assim como a palavra "bom" indica a essência da ética e a palavra "belo" a essência da estética. Num escrito póstumo de 1915, porém, Frege afirma que é a força assertórica, e não a palavra "verdadeiro", que indica a essência da lógica. Prima facie, esta correção está em conflito com a crítica fregeana à concepção psicologista da lógica. Pois, segundo esta crítica, a lógica não é a ciência das leis "do ser tomado como verdadeiro", mas a ciência das leis "do ser verdadeiro", ao passo que a força assertórica expressa o ser tomado como verdadeiro. Em escritos anteriores, tentei resolver este conflito por uma reconstrução da concepção fregeana da verdade baseada na tese fregeana de que verdade é expressa na linguagem natural pela "forma da sentença assertórica". A meta do presente trabalho é defender esta interpretação contra as objeções recentemente feitas por Marco Ruffino.

Highlights

  • According to the standard characterization of logic in Frege’s writings, the word “true” indicates the essence of logic, as the word “good” indicates the essence of ethics and the word “beautiful” the essence of aesthetics

  • I tried to resolve this conflict by a reconstruction of Frege’s conception of truth that is based on his thesis that truth is expressed in natural language by the “form of the assertoric sentence”

  • The goal of this paper is to defend this interpretation against the objections recently made by Marco Ruffino

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Summary

Força assertórica

Pelo proferimento de uma sentença assertórica usualmente se faz uma asserção. Mas às vezes tais sentenças são proferidas sem fazer uma asserção. Um dado proferimento tem força assertórica, no sentido de Frege se, e somente se, por este proferimento o falante está realmente fazendo uma asserção. Para apresentar um conteúdo como verdadeiro, não precisamos do predicado “verdadeiro”, mas somente da força assertórica Mesmo quando usamos esta palavra, como em “É verdade que a neve é branca”, aquilo que efetua a atribuição da verdade ao pensamento expresso não é esta palavra, mas a força assertórica com a qual proferimos esta sentença. O meio lingüístico principal para efetuar uma asserção consiste naquilo que Frege chama da “forma da sentença assertórica”, isto é, o conjunto das propriedades sintáticas pelo qual sentenças assertóricas são distinguidas das sentenças interrogativas (como: “A neve é preta?”) e das sentenças imperativas (como: “Diga a verdade!”). Para determinar exatamente o que Frege entende por “força assertórica”, temos que reconstruir o conceito fregeano de asserção e a interpretação da barra de juízo no primeiro e no segundo sistema

O conceito fregeano de asserção
A função da barra de juízo
Os constituintes da força assertórica
O papel da força assertórica no sistema fregeano
O Conceito Fregeano de Verdade
A Indicação da Essência da Lógica segundo Frege
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