Abstract

O presente artigo busca compreender as modificações da lira IX da segunda parte de Marília de Dirceu (1792) na passagem do português ao russo. A partir de uma tradução triangulada, que atravessa a via francófona, levantamos alguns aspectos (ambientação, elementos poéticos, personagens etc.) que, durante o percurso, sofreram alterações. Vertida por escritores de diferentes nações – Eugène de Monglave (1796-1878) e P. Chalas, na França; Aleksandr Púchkin (1799-1837), na Rússia –, a lira de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) ganhou novos tons. Propusemo-nos, portanto, a analisar esses novos textos, aos quais estão expostos os leitores gálicos e russos, em contraste com o original.

Highlights

  • No presente trabalho, falaremos de dois poetas de altíssimo nível: Aleksandr Serguêievitch Púchkin (1799-1837) e Tomás Antônio Gonzaga (17441810)

  • Following its indirect translation path, which crossed French soil, we found a few aspects that were altered on the move

  • Mesmo não tendo acesso aos textos dessa fase lusitana, fica claro, pelas primeiras liras de Gonzaga, que suas primeiras tentativas “dedicadas a Marília são demasiadamente convencionais

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Summary

Sobre o novo intérprete

Aleksándr Serguêievitch Púchkin, essa será a resposta para a pergunta “quem foi/é o escritor nacional russo?”; apesar de a nação ser o berço de escritores como Tolstói, Gógol e Dostoiévski, os russos são unânimes quanto à necessidade de Púchkin para a cultura russa. Essa posição extremamente aberta frente às estéticas nascentes permitiu que Púchkin extraísse o melhor de cada uma e se moldasse de maneira tal que “toda e qualquer possibilidade de evolução das letras russas foi preparada por Púchkin e, em parte, a ele ficou condicionada. A hipótese de Antonio Candido é a de que o estranho surgimento de Gonzaga no cenário poético em 1782, já quase aos 40 anos de idade e com “mão de mestre”, só se justifica por uma hipotética fase portuguesa, da qual os poemas remanescentes advertem para um estilo de “metro curto e corte anacreôntico”, com versos “saltitantes e amaneirados”. Mesmo não tendo acesso aos textos dessa fase lusitana, fica claro, pelas primeiras liras de Gonzaga, que suas primeiras tentativas “dedicadas a Marília são demasiadamente convencionais. E é justamente desse segmento que Púchkin escolheu a lira para traduzir

Púchkin e o seu Gonzago
Referências bibliográficas
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