Abstract
O conceito de Estética Relacional baseia-se em uma construção poética centrada nas relações humanas e sociais e geralmente é pensada fora do ambiente das instituições artísticas. Esta prática ganha força a partir da década de 1960-70 e se destaca na poética de Hélio Oiticica, principalmente na obra Parangolé. Contudo, a conceitualização do tema acontece apenas em 1990 pelo crítico francês N. Bourriaud, que desconsidera o trabalho de Oiticica e foca suas análises em artistas europeus do final do século XX. Por fim, apesar destas intenções poéticas remeterem à década de 1960, elas foram celebradas institucionalmente no cenário brasileiro apenas em 2006, na 27ª Bienal de São Paulo. O artigo busca, desta forma, refletir sobre os desencontros conceituais e as temporalidades distintas que perpassam os três eventos mencionados.
Highlights
A proposta curatorial da 27a Bienal de São Paulo realizada em 2006 se apresenta como desenrolar de um processo artístico iniciado em 1960 por Hélio Oiticica
The concept of Relational Aesthetics is based on a poetic construction centered on human and social relationships, and it is usually thought outside the artistic institutions environment
This kind of practice gets stronger in the 1960s and the 1970s, and it stands out on the poetry of the artist Hélio Oiticica, mainly on his work entitled Parangolé
Summary
Os livros de Nicolas Bourriaud sobre Estética Relacional foram publicados na França a partir de 1998, e embora suas traduções no Brasil tenham chegado apenas em 2009, muito antes desta data os conceitos de Bourriaud já eram conhecidos por aqui. Esta nova abordagem poética foi o ponto de partida para uma mutação maior dentro da arte contemporânea que se iniciou com as performances até chegar à estética relacional, onde a discussão sobre o papel do artista e do público em relação à obra de arte voltará a ser questionado: Essa história, hoje, parece ter tomado um novo rumo: depois do campo das relações entre humanidade e divindade, a seguir entre humanidade e objeto, a prática artística agora se concentra na esfera das relações interhumanas, como provam as experiências em curso desde o começo dos anos 1990. Isto pode ser interpretado como uma necessidade do mercado da arte e de seus agentes em ampliar sua rede de conexão, expandindo-se economicamente para criar novos públicos, mas também passa por uma ressignifição do papel socialmente criado para estes ambientes que faz com que a arte, a partir da estética relacional, rompa com certas barreiras internas de seu campo
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have
Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.