A ARTE DE AMAR ... E DE FINGIR: UM ENSAIO DISCURSIVO SOBRE O AMOR EM OVÍDIO

Cássio Miranda

doi:10.20337/issn2179-3514revistaentremeiosvol22pagina6a16

Abstract

This essay aims to analyze discursively the work The Art of Loving, by Ovid. From the notion of a discursive perspective (CHARAUDEAU, 2004), it is intended to highlight the use of discursive strategies in the work of this Latin writer, whose purpose is to sustain the logic of love in the game of appearances. We intend to verify, with this analysis, if the strategies used by Ovid apply to contemporary love games.

Highlights

INTRODUÇÃO “Vinde às minhas aulas, jovens iludidos, a quem o vosso amor trouxe toda sorte de engano
From the notion of a discursive perspective (CHARAUDEAU, 2004), it is intended to highlight the use of discursive strategies in the work of this Latin writer, whose purpose is to sustain the logic of love in the game of appearances
With this analysis, if the strategies used by Ovid apply to contemporary love games

Summary

VISADAS DISCURSIVAS E ETHOS

As provas de persuasão são modos de fazer-valer um determinado discurso, pelo domínio da palavra, cabendo ao sujeito falante a propriedade em certas provas retóricas que se assentam, ora em determinados aspectos do caráter ou da moral do orador, ora na disposição do ouvinte, ora no próprio discurso. [...] umas residem no caráter moral do orador [ethos]; outras, no modo como se dispõe o ouvinte [pathos]; e outras, no próprio discurso, pelo que este demonstra ou parece demonstrar [logos]. Ser o preceptor do amor, ser aquele que recebeu diretamente de Vênus a mestria do jovem amor e ainda ser o piloto que conduz o navio em que o amor navega são tentativas linguístico-discursivas empreitadas por Ovídio para acionar no seu interlocutor efeitos de credibilidade. É oportuno destacar que a técnica repassada pelo poeta se assenta num saber associado a um saber-fazer através dos quais o sujeito falante, estrategicamente, constrói uma imagem de si, de tal forma que ele se torna credível aos olhos de seu auditório, ao mesmo tempo em que ele se torna atrativo, promovendo o ethos de identificação[8]. “Ovídio nos apresenta o ato de amor como uma comunhão de dois corpos tentando se dar prazer” (NOËL-ROBERT, 1995, p. 220)

UM BREVE PERCURSO PELO ETHOS CONTEMPORÂNEO

CONSIDERAÇÕES FINAIS