Abstract

Os estudos tradicionais dedicados à tragédia Electra, de Sófocles, enfatizaram uma dicotomia entre os longos discursos lúgubres de Electra, sobretudo na primeira metade da peça, e a eficiência das ações executadas por Orestes para levar a cabo o desenlace da trama. Buscando apoio em comentadores contemporâneos dessa obra, que têm destacado a dimensão performativa de certos atos de fala aí existentes, pretendo revisitar essa discussão a fim de suscitar uma nova possibilidade de consideração sobre o papel desempenhado por Electra na peça. A interpretação aqui aventada pretende dar conta de certas estranhezas do texto trágico, sugerindo uma melhor compreensão de detalhes da cena em que Clitemnestra é assassinada, bem como da conclusão aparentemente amoral avançada pela forma como a peça se encerra, sem que o matricídio pareça ter quaisquer consequências nefastas (como é o caso nas versões que Ésquilo e Eurípides propõem desse mesmo incidente mítico).

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