Abstract

A contribuição metodológica de Popper se estende para a aplicação do seu método crítico nas práticas científicas e sociais, ou seja, vai além do falsificacionismo e do diálogo socrático como mostrado nas diferentes interpretações dos metodólogos da economia. Com o objetivo de descrever a prática científica e social de Popper, como resultado de sua ênfase na busca e no crescimento do conhecimento, e investigar se existe alguma analogia entre ela e a lógica da situação na economia, este artigo apresenta: i) a prática científico-social popperiana na forma da análise situacional (seção 1), ii) as discussões de alguns críticos e comentadores que identificam problemas na proposta de Popper (seção 2), iii) argumentos sobre a análise situacional de Popper e a lógica da situação na economia (seção 3) e iv) as considerações finais.

Highlights

  • Karl Popper (1902-1994) propôs um método para o crescimento do conhecimento que poderia ser usado tanto nas práticas científicas quanto nas práticas sociais

  • Qual é o objetivo por trás da lógica presente nos modelos econômicos e no método da Análise Situacional (AS) de Popper? No primeiro, o interesse está em prever a situação social a partir de uma racionalidade humana fixada a priori ou em prever a racionalidade humana com a situação (e restrições) fixada? No segundo, é a explicação dos fenômenos sociais a partir da situação na qual o indivíduo está agindo com o interesse nas reformas sociais mais abrangentes ou a explicação da ação fixada à situação?

  • Rational fools: a critique of the behavioral foundations of economic theory

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Summary

Solange Regina Marin

Para o desenvolvimento dessa proposta, Popper tratou primeiramente do que ele considerava serem obstáculos ao crescimento do conhecimento – o positivismo, o psicologismo e o dogmatismo. As análises desenvolvidas na microeconomia tradicional são tomadas como exemplos de aplicação do método de Popper para as ciências sociais, uma vez que operam com modelos que combinam uma determinada lógica da situação e o princípio de racionalidade. A AS é coerente com uma leitura individualista, mas limitada pelas instituições e tradições no sentido de que as decisões individuais são permeadas por valores sociais e culturais que limitam a racionalidade estritamente econômica (14) Como exemplo, a análise de Amartya Sen sobre a ação do indivíduo com base em outros motivos e razões além da busca da maximização guiada pelo interesse próprio, ou seja, existe uma lógica de ação mais ampla do que apenas a busca da escolha consistente e ótima. Popper propõe a AS como um modelo explicativo dos fenômenos sociais, mas não ultrapassa essa recomendação de construção de um modelo objetivo exposto à crítica e não oferece uma proposta convincente de como incluir as questões morais nesse modelo

Considerações finais
Referências bibliográficas

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