Abstract

O presente estudo teve como objetivo identificar as concepções de sexualidade e de Educação em Sexualidade presentes no material do Currículo de São Paulo para o ensino de Ciências para o 8º ano, a partir da análise das orientações aos professores/professoras, das estratégias e dos conteúdos propostos. Trata-se de uma pesquisa documental cujo objeto de análise foi o volume 1 dos Cadernos do Professor e do Aluno de Ciências da 7ª série/8ºano do Ensino Fundamental. Para tal, utilizamos como referencial de análise as dimensões da sexualidade; identificamos se e como o material em estudo aborda as questões de gênero e discutimos limites e possibilidades da proposta, dentro de uma perspectiva emancipatória de Educação em Sexualidade. A análise evidenciou o predomínio da dimensão biológica nas situações de aprendizagem selecionadas, o que está de acordo com o esperado para um currículo de Ciências. No entanto, em diversos trechos, existem orientações para professores e atividades que abordam aspectos socioculturais e/ou psicológicos da sexualidade. A situação de aprendizagem sobre sexo seguro foi a que apresentou a maior quantidade de trechos que abordam aspectos socioculturais e psicológicos, ao evidenciar componentes individuais da vulnerabilidade. Por outro lado, a situação de aprendizagem que trata de gravidez na adolescência privilegia o aspecto informativo, deixando de lado os fatores psicológicos e socioculturais fundamentais para o fomento à reflexão. Observamos, também, que a abordagem de sexualidade é mais ampla nas orientações às(aos) docentes do que no material das(os) alunas(os). Mesmo com as limitações dos materiais estudados, é possível a prática de uma Educação em Sexualidade emancipatória, que fomente a criação de espaços de fala, de escuta e reflexão nas aulas, superando o aspecto informativo já há muito criticado. Para que isso ocorra, as formações inicial e continuada precisam sensibilizar docentes para a complexidade do tema e prepará-las(os) para a tarefa.

Highlights

  • This study aimed to identify the conceptions of sexuality and sexuality education presented in the material of São Paulo Curriculum for Science Education, of the 8th grade, from the analysis of the orientations to the teachers and the suggested strategies and contents

  • We used as analysis referential the dimensions of sexuality; we identified if and how the material under study addresses gender issues and we discussed limits and possibilities of the proposal, within an emancipatory perspective of Sexuality Education

  • The analysis evidenced the predominance of the biological dimension in the selected learning situations, which is in line with the expectations for a science curriculum

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Summary

SEXUALIDADE E SUAS DIMENSÕES

A compreensão da sexualidade, geralmente, ainda é restrita apenas ao ato sexual e à vivência de experiências sexuais. Para Greenberg, Bruess e Oswalt (2013), a dimensão psicológica é o aspecto mais claramente relacionado ao que nos é ensinado sobre sexualidade, bemestar sexual e autoimagem. Atualmente, há resistência e vigilância, por parte de uma parcela da sociedade, à abordagem deste tema nas escolas, por entenderem que contraria visões tradicionais tanto dos papéis de gênero quanto do próprio papel da educação e da escola, compreendido por estes grupos como sendo de reprodução e transmissão de informações, apenas. Realizamos a exploração do material, que se consistiu em uma leitura criteriosa das situações de aprendizagem selecionadas procurando identificar as dimensões da sexualidade propostas por Greenberg, Bruess e Oswalt (2013). A partir desta análise, discutimos o potencial da Educação em Sexualidade proposta no Currículo de SP, tendo como referenciais as concepções de Educação em sexualidade, sexualidade e gênero presentes nos PCN (BRASIL, 1998) e também nos textos de Figueiró (2006a, 2010), Greenberg, Bruess e Oswalt (2013) e Louro (2007, 2008)

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Competências e habilidades a serem desenvolvidas
Anatomia interna e
Psicológica Sociocultural
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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