Abstract

Resumo: O texto versa sobre o tema central do XV Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado em setembro de 2016, em Pernambuco. Contextualiza o Serviço Social em tempos de crise econômica e política no país, com ampla investida contra o legado de direitos dos trabalhadores e avanço na privatização da coisa pública, salientando distintas formas de resistência de segmentos organizados de trabalhadores contra as desigualdades e disparidades sociais. Apresenta um quadro da situação atual do trabalho e formação acadêmica no Serviço Social brasileiro e efetua uma retrospectiva dessas oito décadas de seu desenvolvimento e renovação crítica. Registra alguns desafios ao Serviço Social em tempos de crise e conclui afirmando a necessidade de qualificar o exercício profissional, de retomar o trabalho de educação de base no apoio à organização e aos movimentos dos trabalhadores na defesa dos direitos conquistados e da democracia.

Highlights

  • The text is related to the central issue of the XVth Brazilian Social Workers’ Congress, which took place in Pernambuco, in September 2016

  • “Com a certeza na frente e a história na mão” somos chamados a resistir, a defender a democracia, os direitos sociais conquistados e sua ampliação, a política pública, em particular a seguridade social estatal, ampliada e universal

  • Gramsci: sua teoria, incidência no Brasil e influência no Serviço Social

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Summary

Serviço Social em tempos de crise

Nesses tempos de aridez de projetos de futuro, nos moldes da “grande política” e com base na economia política do trabalho, afirmamos a radical aposta humana na construção da história. É necessário contribuir na construção de um projeto para o Brasil — parafraseando Celso Furtado (1967) — que seja a gravitação política de uma grande frente de esquerda, enraizado numa clara dimensão de classe, fundado no universo do trabalho e das maiorias trabalhadoras; e que contemple a questão nacional e a democratização do Estado. Defronta-se com a forte ofensiva das forças regressivas travestidas nas instituições religiosas, no braço repressivo do Estado, nas organizações corporativas de várias frações da burguesia industrial e agrária e das camadas médias em luta pela hegemonia, na grande mídia, entre outros aparelhos de hegemonia que não podem ser subestimadas. Requer uma profissão inscrita no Brasil, bem como a construção coletiva de estratégias assentadas em um projeto para o Brasil, que permita às forças de esquerda dialogar e construir alianças e frentes de trabalho conjuntas, para além das palavras de ordem consensuadas. Emerge daí um grande desafio de todos nós: decifrar o enigma chamado Brasil de hoje: as classes e seus segmentos, as desigualdades, o Estado e as relações de poder e riqueza de suas expressões culturais

Quadro atual do Serviço Social na divisão do trabalho
O Serviço Social e a reprodução das relações sociais
Desafios ao Serviço Social em tempos de crise
Conclusões
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