Abstract

A cartografia geomorfológica francesa de detalhe (RCP.77) foi aplicada pioneira-mente no Brasil em 1978, ano em que foram publicadas as cartas geomorfológicas do Vale do Rio do Peixe em Marília – SP (1:100.000), São Pedro – SP (1:50.000) e Carste de Lagoa Santa – MG (1:50.000) e a Carta do Modelado e das Formações Superficiais do Médio Vale do Rio Parateí – SP (1:25.000). Caracterizada pelo detalhamento na representação das formas, inclusive nos mapas de escala média, essa legenda é dividida em itens morfogenéticos, os quais associam o relevo aos processos responsáveis pela sua formação. Muitas adaptações têm sido realizadas na legenda desde 1978, em função dos objetivos dos trabalhos, dos materiais disponíveis para a realização das pesquisas e das condições climáticas da zona tropical úmida brasileira, bastante diferentes daquelas do território francês, onde a legenda foi idealizada. Infelizmente, a difusão desta legenda no Brasil ficou restrita aos pesquisadores que passaram pelo Laboratório de Pedologia, ou por pessoas influenciadas por eles. Isso se deu provavelmente pela dificuldade de leitura e elaboração desses mapas, pouca disponibilidade de bases cartográficas e fotografias aéreas de escala média e grande necessárias à realização desses mapeamentos, falta de estudos detalhados sobre a gênese das formas e concorrência com outras legendas de aplicação mais simples. As novas técnicas de sensoriamento remoto e de estudos das formações superficiais abrem novas possibilidades para o uso da legenda.

Highlights

  • 1978 – 2018, THE 40 YEARS OF THE FIRST ATTEMPT TO APPLY THE FRENCH DETAILED GEOMORPHOLOGICAL CARTOGRAPHY TO THE WET TROPICAL ZONE OF BRAZIL: HISTORY, PRINCIPLES OF THE LEGEND, CHANGES AND ITS DIFFUSION IN THE COUNTRY

  • this legend design is divided into morphogenetic sections

  • Improvements have been adopted in the legend design

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Summary

INTRODUÇÃO

O surgimento da cartografia geomorfológica remonta ao final do século XIX e início do XX, e tem seu advento fundamentalmente relacionado ao desenvolvimento das fotografias aéreas, cuja aplicação pioneira à Geomorfologia é atribuída a Albert Hein (1899). PINHEIRO & QUEIROZ NETO (2016) fizeram uma releitura da legenda francesa, publicando o Mapa Geomorfológico da Região da Serra de São Pedro e do Baixo Rio Piracicaba, que propõe uma série de modificações na legenda clássica, a fim de atualizá-la com os novos conhecimentos sobre a Geomorfologia e tornar mais precisa a relação entre formas e processos (Quadro 1). Além de grande parte dos trabalhos inspirados na RCP. raramente ultrapassar o nível morfológico, chama a atenção, mesmo considerando que o levantamento não tenha sido exaustivo, outro aspecto exposto na tabela 1: dos 23 trabalhos listados, 21 foram conduzidos no Laboratório de Pedologia do Departamento de Geografia da USP ou por pessoas que já trabalharam nele, sendo que apenas 4 áreas de estudo são fora do Estado de São Paulo, três no Paraná e uma em Minas Gerais. Os estudos das taxas de denudação do relevo e a difusão das técnicas de datação de materiais do Quaternário (LOE – Luminescência Opticamente Estimulada) podem contribuir para a compreensão da dinâmica dos materiais e o estabelecimento da sua cronologia, questões fundamentais para a cartografia geomorfológica, independentemente da legenda adotada

CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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