Abstract

O artigo investiga a frequente alegação na literatura filosófica de que a concepção de Searle sobre a redução da consciência é incoerente. Após um exame das teses básicas de sua teoria da mente (seção 2), é discutida sua posição a respeito da identidade entre a consciência e a atividade cerebral (seção 3). Da adesão de Searle a uma tese da identidade de ocorrências deve-se concluir que não há contradição entre esta tese e a irredutibilidade ontológica que ele defende. Porém, é possível deduzir de sua teoria asserções que contradizem esta mesma teoria (seção 4), uma vez que essa irredutibilidade resulta em um dualismo de propriedades (seção 5).

Highlights

  • The article investigates the frequent assertion in the philosophical literature which affirms that Searle's conception of the reduction

  • his position concerning the identity between consciousness and brain activity is discussed

  • that there is no contradiction between this thesis

Read more

Summary

INTRODUÇÃO1

Apesar de se encontrar entre os filósofos mais influentes da atualidade, o norte-americano John R. Reconstituindo de modo mais detalhado as teses defendidas por Searle, procurei mostrar em um trabalho anterior (cf Prata (2008)) que a concepção do autor sobre a redução da consciência (na medida em que ele afirma, simultaneamente, a redutibilidade causal e a irredutibilidade ontológica desta última a processos cerebrais) conduz a uma série de inconsistências no que diz respeito às suas capacidades causais. Quando se observa a argumentação de Searle para a tese (2) acima – a identidade entre as capacidades causais da consciência e dos processos cerebrais –, pode-se constatar que ele acaba defendendo o oposto da tese (4), uma vez que a identidade das capacidades causais seria decorrente da identidade dos entes em questão, como transparece na seguinte passagem: “Posso, com razão, dizer tanto que minha dor causou meu desejo quanto que sequências de descargas neuronais causaram outras sequências. Defenderei a tese de que a contradição entre (4) e (6) é ilusória, mas, por outro lado, defenderei que as conclusões (C1) e (C2) se seguem do naturalismo biológico (o que faz dele, sim, uma concepção incoerente) porque ele está comprometido com um dualismo de propriedades (seção 5)

AS TESES FUNDAMENTAIS DO NATURALISMO BIOLÓGICO
DE QUE NOÇÃO DE IDENTIDADE SE TRATA?
O PROBLEMA DA CAUSAÇÃO MENTAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call