Este estudo visa analisar como é produzido um tipo de estética vocal, a partir de uma performatividade acerca de dizeres sobre vozes de sucesso. Acreditamos que, por conta dos discursos veiculados sobre a materialização da voz que (re)produz sujeitos e sentidos do sucesso, exista também uma discursivização complexa da estética da recepção do sucesso. Para a observação de tanto, empregaremos o aparato teórico metodológico da Análise do Discurso francesa, especialmente norteado pela noção de pré-construído, de pressuposto e subentendido, de intra e interdiscurso, bem como de deslizamentos (efeitos) metafóricos. Assim, investigaremos os funcionamentos discursivos midiáticos que tornam possível afirmar que a recepção da voz, em boa medida, engendra uma estética vocal de sucesso e, consequentemente, dá suporte à manutenção dessa determinada escuta. Em específico, analisaremos matérias da revista Rolling Stone, “Quando Michael se Tornou Michael” (SHEFFIELD, 2010), “Amy Winehouse 1983-2011” (ELISCU, 2011), e “Voz Imortal” (CAVALCANTI, 2015), publicadas nos anos de 2010, 2011 e 2015 respectivamente.
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