The Brazilian retail sector has been experiencing a dynamic involving, on the one hand, a strong approximation toward the financial institutions and, on the other hand, an intense concentration process, foreign capital participation, initial public offers, and business operations internationalization, boosting the retail financialization environment. This paper explores this dynamic by focusing on the organizational impacts resulting from the diffusion of a financial logic on Brazilian financial retail field construction, gathering together different actors struggling to define the field’s rules. The paper uses secondary sources as well as 57 interviews with employees from the country’s 19 largest retail stores about their work transformation. Interesting insights ranging from embarrassment stemming from the failure to fulfill goals, retail workers’ rights (being legally considered banking workers), to the use of slave labor by multinational fashion supply chains are garnered. All of these elements connected underpin the Brazilian Financial Retail field. O setor varejista brasileiro passa por uma dinâmica envolvendo por um lado, uma forte aproximação com as instituições financeiras e, por outro, por um intenso processo de concentração, atuação de capital estrangeiro, aberturas de capital, internacionalização dos negócios, profissionalização da gestão, fomentando a financeirização do varejo nacional. Esta pesquisa visa contribuir explorando os impactos organizacionais resultantes da difusão dessa lógica de inspiração financeira sobre o varejo brasileiro que logra unir diferentes atores e suas respectivas fontes de (diferentes e divergentes) capitais na definição dos contornos e regras de um novo campo de atuação para as empresas varejistas. Os resultados desta pesquisa envolvem dados de fontes secundárias, além de informações colhidas junto a 57 entrevistas realizadas com funcionários das 19 maiores varejistas atuantes no país sobre mudanças na organização de seu trabalho. Os resultados apresentados envolvem desde situações embaraçosas relacionadas ao não cumprimento das metas, passando pela equiparação de funcionários do varejo a bancários, até o uso de mão-de-obra escrava por grandes cadeias de moda varejistas. Juntos, estes elementos corroboram a construção do campo do varejo financeiro brasileiro.
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