A distribuição de valores de condutividade hidráulica representa uma informação crucial para elaboração de modelos matemáticos de fluxo e transporte de contaminantes, bem como para o planejamento e implantação de sistemas de remediação para remoção de contaminantes em subsuperfície. É prática comum a construção dos campos de condutividade hidráulica de informações discretas, obtidas a partir da construção de modelos geológicos. Contudo, tal abordagem apresenta como limitação a subjetividade na elaboração de tais modelos, uma vez que a adoção de critérios para definição da distribuição de fácies e contatos litológicos envolve algum grau de subjetividade. No presente trabalho é proposta uma abordagem distinta, em que informações geológicas de subsuperfície são convertidas em valores de condutividade hidráulica. Estes valores são empregados como dados de entrada para construção de campos tridimensionais de condutividade hidráulica, utilizando o método geoestatístico Krigagem ordinária. A distribuição dos valores de condutividade hidráulica acima de um ponto de corte indica a geometria e a conectividade das fácies permeáveis. Esta abordagem foi testada no Aquífero Rio Claro, em Paulínia (SP), a partir de dados geológicos de subsuperfície coletados em 255 pontos. Os resultados indicam que os valores elevados de condutividade hidráulica se distribuem ao longo de uma faixa contínua, de direção leste-oeste, e refletem o contexto deposicional do Aquífero Rio Claro na área. A geometria dos corpos arenosos tem importantes implicações para determinação da arquitetura de fácies da Formação Rio Claro no munícipio de Paulínia e, de maneira similar, no comportamento do fluxo de água subterrânea e transporte de contaminantes no aquífero raso local
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