Este artigo tem como objeto a representação construída pelo discurso da mídia sobre o movimento que ficou conhecido como Primavera Secundarista ocorrido no Brasil em 2016. Sendo um movimento de resistência dos estudantes de Ensino Médio contra as propostas de reforma e ajustes fiscais do governo brasileiro no âmbito da educação, a Primavera Secundarista envolveu jovens de várias partes do Brasil que ocuparam mais de 1000 escolas em todo o território nacional. Nosso objetivo, com este estudo, é analisar e compreender as estratégias usadas pela mídia para representar esse movimento. Utilizamos como corpus para a análise um artigo de opinião publicado na página on line da revista Época, assinado pelo colunista Fernando Schüler intitulado “E quem nos salvará de Ana Júlia?”. À luz do construto teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC), embasamo-nos, principalmente, nos escritos de Fairclough (2004) e Ramalho e Resende (2011), desenvolvendo assim, um estudo de caráter qualitativo, com foco no significado representacional. Compreendendo a linguagem como o lugar privilegiado de lutas e tensões sociais, discutimos as estratégias linguísticas e ideológicas utilizadas na produção do artigo e percebemos como resultado a construção, por parte da mídia, de uma imagem desqualificada do movimento Primavera Secundarista.
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