RESUMOObjetivo.Investigar a associação entre consumo de carne vermelha e processada e a ocorrência de novos casos de resistência insulínica (RI) e diabetes mellitus (DM) em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil).Métodos.Estudo de coorte com 15 105 servidores públicos (idade: 35 a 74 anos). Dados bioquímicos, antropométricos, socioeconômicos e de estilo de vida foram coletados na linha de base (2008–2010) e na segunda onda (2012–2014). O consumo de carnes (g/dia) foi estimado por questionário de frequência alimentar. Para categorizar baixo, médio e alto consumo as variáveis independentes foram divididas em tercis. DM foi diagnosticado como glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL, glicose pós-sobrecarga ≥ 200 mg/dL ou hemoglobina glicada ≥ 6,5. RI foi determinada pelo índice HOMA-IR com pontos de corte construídos a partir do percentil 75 da amostra.Resultados.Homens e participantes com menor renda e escolaridade relataram maior consumo de carne vermelha e processada. Maior consumo de carne processada (último tercil, > 27,1 g/dia) associou-se a novos casos de RI em homens (OR = 1,68; IC95%: 1,31 a 2,16) e mulheres (OR = 1,23; IC95%: 1,00 a 1,52). Alto consumo de carne vermelha aumentou em 40% (IC95%: 1,04 a 1,96) a chance de novos casos de DM em homens.Conclusões.O consumo elevado de carne vermelha e processada teve impacto negativo na saúde dos participantes. O consumo moderado de carnes pode ser recomendado para a população em geral e para prevenção do DM.
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