A Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Brasil, foi, se não a primeira, uma das primeiras escolas de saúde pública a introduzir em seu currículo uma disciplina de Ciências Sociais. Criou, em 1945, junto à cadeira de Técnica de Saúde Pública, a disciplina Problemas de Sociologia Aplicada, para alunos do Curso de Higiene e Saúde Pública para médicos. Atualmente, sob a denominação de Ciências Sociais Aplicadas, ministram-se aulas de Sociologia, Antropologia Cultural e noções de Psicologia Social, Política e Economia, a alunos de todos os cursos, nesse instituto universitário. O autor, considerando a importância das ciências sociais para a formação de qualquer técnico em saúde pública, propõe, nas escolas de saúde pública, a criação de uma cátedra especializada nesse setor do conhecimento humano. Tendo verificado que a maior parte das escolas onde se introduziu o ensino de Ciências Sociais, ou vêm dando solução parcial ao problema - com o ensino de uma só disciplina -, ou vêm criando mais de uma cátedra, considera que ambas as orientações não são convenientes, sendo preferível que se estabeleça a unidade de cátedra para as Ciências Sociais Aplicadas. Esta seria integrada pelas seguintes matérias básicas: Antropologia Cultural, Sociologia, Psicologia Social, Economia e Ciência Política. Poderiam também ser incluídas no currículo dos Cursos de Saúde Pública noções gerais de Ecologia Humana, Psicologia, Finanças e Aspectos Filosóficos da Saúde Pública. A cátedra de Ciências Sociais Aplicadas teria as seguintes funções básicas: ensino, pesquisa, orientação de alunos, assessoramento e coordenação. Acredita o autor, baseado em sua experiência - desde 1946 - no ensino de Ciências Sociais na Faculdade de Higiene e Saúde Pública, que o primeiro titular dessa cátedra deve ter formação e experiência em saúde pública e em Ciências Sociais, combinação esta que não é fácil de se encontrar.
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