Técnicas de enriquecimento ambiental tornam o ambiente cativo mais interessante e agradável para os animais, aumentando o bem-estar e prevenindo o desenvolvimento de comportamentos anormais. Nesta pesquisa, avaliamos a influência de diferentes técnicas de enriquecimento no comportamento de dois indivíduos de Ateles paniscus mantidos cativos no Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, Salvador, Brasil. O estudo foi dividido em cinco fases: controle; enriquecimento sensorial; enriquecimento social; enriquecimento alimentar e pós-enriquecimento. O método animal-focal com registro instantâneo foi utilizado para registrar os atos comportamentais exibidos nas diferentes fases de enriquecimento e estes foram comparados, quanto à sua frequência, com os exibidos na fase controle. Também foi comparada a frequência de uso dos artefatos introduzidos no recinto durante as fases sensorial e alimentar. De modo geral, não houve diferenças entre os atos comportamentais exibidos nas diferentes fases de enriquecimento, exceto durante a fase de enriquecimento alimentar do macho. Também não houve diferenças quanto ao uso dos artefatos. Contudo, os resultados evidenciam a influência de um ambiente enriquecido sobre a frequência de ocorrência dos comportamentos dos indivíduos. É possível que as condições do recinto e a presença dos visitantes exerçam influências negativas no comportamento dos indivíduos, de modo a não favorecer a redução efetiva dos comportamentos anormais observado.